“Descobri que deixar minha negritude aflorar pelas personagens seria minha riqueza”, diz Taís Araujo sobre Helena

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Em um vídeo emocionante publicado nas redes sociais nesta terça-feira (17), a atriz Taís Araujo faz as pazes com a personagem Helena, de “Viver a vida” (2009). No vídeo, a carioca lembrou das críticas que recebeu na época que gravou a novela, vivendo a primeira protagonista negra de um folhetim no horário nobre, e ressaltou o poder da personagem para as mulheres negras.

Foi junto de você que o nosso cabelo crespo que nunca ganhava espaço na televisão, virou moda, e que eu descobri que deixar toda a minha negritude aflorar a partir das minhas personagens, seria minha grande riqueza“, disse a atriz no vídeo que é um relato direto para a personagem criada por pelo autor Manoel Carlos.

Quinze anos depois da estreia da novela, o canal Viva reprisa o folhetim. “Na verdade eu acho que o Brasil de quinze anos atrás ele não estava pronto para uma mulher como você, uma mulher independente, livre, forte, rica e negra. Você é um sucesso, Helena”, disse Taís em uma parte do vídeo de quase cinco minutos.

A atriz diz que apesar do que já havia falado antes da personagem, mudou de ideia. “Tudo o que eu achava dela antes, eu não acho hoje. Hoje, eu acho que ela me fez ser a mulher que eu sou. Então, pra você, Helena, minha declaração de amor“, afirma Taís, que conta que ao se ver hoje em dia nas telinhas novamente, acredita que estava atuando bem.

Ao longo do vídeo ela conta diretamente para a personagem, que viveu quando tinha 30 anos, as mudanças que passou na sua vida desde então: sua conexão com o tetaro, o casamento com o ator Lázaro Ramos, o nascimento dos filhos, e todo o impacto que a Helena causou na atriz profissional e pessoalmente, e no público.

Eu já sabia que era negra, claro, eu sempre soube, mas até então eu não tinha consciência que esse seria meu diferencial diante das minhas colegas não negras. Uma vivência que não era só minha, mas de todas as mulheres negras desse país. Mulheres que são diversas, múltiplas, que não são iguais, que não pensam igual, mas somos todas mulheres negras“, disse Taís, que ressaltou como várias mulheres passaram a se ver diferente depois dessa Helena.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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