O planeta atingiu seu limite máximo de recursos naturais que poderia oferecer à humanidade no período de um ano. Mesmo faltando pouco mais de 150 dias para acabar 2025, esses artifícios se esgotaram hoje, marcando o dia 24 de julho, como o Dia da Sobrecarga da Terra, que é calculado a cada ano pela organização internacional Global Footprint Network.
Na prática, significa dizer que os seres humanos zeraram o estoque de recursos naturais como água, alimentos orgânicos, madeira e absorção de carbono e que a fornecedora de tudo isso, a Terra, não tem mais a capacidade de gerar esses insumos novamente. Ou seja, de hoje até o fim desse ciclo, estaremos consumindo da natureza com o saldo negativo.

O Dia da Sobrecarga da Terra é uma média global de consumo desses recursos que começou a ser calculado em 1971, ano que registrou maior equilíbrio desse fator, onde o déficit só foi sentido em 25 de dezembro. Desde então, os gráficos registram queda significativa. No ano de 2000, os recursos se esgotaram no dia 17 de setembro, no ano passado, em 1º de agosto, diferença de dez dias em relação ao registro de 2025.
Desigualdade entre países
Embora, no Brasil o “game over” seja o mais precoce já registrado, outros países entraram no “volume morto” muito antes, o que escancara a alta exploração da natureza por partes de países mais desenvolvidos. O Catar, por exemplo, atingiu o limite já em 6 de fevereiro, enquanto a previsão para o Uruguai é de 17 de dezembro. Se comparado com o Brasil, na média, os estoques da terra durariam mais 10 dias em 2025.
O Dr. Lewis Akenji, que é membro do conselho da Global Footprint Network, alerta que os danos são acumulativos e cita divida secular da humanidade com a natureza
“Estamos expandindo os limites do dano ecológico que podemos causar. já se passou um quarto do século XXI e devemos ao planeta pelo menos 22 anos de regeneração ecológica, mesmo qye impeça qualquer dano adicional agora”, destaca o conselheiro.
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