A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), esteve presente na primeira semana da COP30. No painel “Fundos comunitários e o acesso ao financiamento direto: como contribuem para a implementação dos planos de gestão territorial”, realizado neste domingo, para destacar a urgência de colocar recursos financeiros diretamente nas mãos das comunidades que protegem os territórios e sustentam a vida.
Representando o movimento quilombola, Jhonny Martins, diretor administrativo e coordenador nacional da CONAQ, integrou a mesa ao lado de Toya Manchineri, Rose Apurinã (Fundo Podaali) e Fany Kuiru (COICA). Em sua fala, Martins reforçou que o fortalecimento dos fundos comunitários é condição indispensável para a autonomia territorial, a proteção das florestas e a implementação de planos de gestão construídos a partir da ancestralidade e do conhecimento tradicional. “Financiamento direto é futuro, é proteção, é justiça climática”, afirmou.

A presença quilombola no debate reafirmou que não basta reconhecer o papel das comunidades tradicionais: é necessário garantir mecanismos financeiros que permitam que suas soluções sejam implementadas com soberania. Recado é claro, territórios exigem recursos vivos, que cheguem sem intermediários a quem cuida da terra, das águas e da biodiversidade.
Ainda ao longo do dia, comunicadores quilombolas produziram manifesto em apoio à carta pública divulgada pela CITAFRO, exigindo que a ONU reconheça oficialmente os povos afrodescendentes como atores políticos e ambientais na COP30. A Coalizão Internacional de Territórios e Povos Afrodescendentes da América Latina e do Caribe lançou, em Belém, um documento contundente denunciando o racismo ambiental, a pilhagem de territórios por indústria extrativistas e as violações de direitos que atravessam toda a região.
Com mais de 200 milhões de afrodescendentes nas Américas, a CITAFRO afirma que não haverá futuro sustentável enquanto direitos territoriais, culturais e ambientais forem negados, A mensagem ecoou fortemente na Conferência: “Sem justiça racial, não há justiça climática.”
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