Companhia de Dança do Pantanal e Orquestra de Câmara do Pantanal fazem turnê inédita por São Paulo

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No mês de junho, em que se comemora o Meio Ambiente, a Companhia de Dança do Pantanal e a OCAMP Orquestra de Câmara do Pantanal realizam uma turnê inédita do espetáculo “Guadakan” em São Paulo. No dia 19 de junho, às 14h30, com entrada gratuita, o espetáculo será apresentado no Teatro CEU Vila Alpina / Vila Prudente, na Zona Leste de São Paulo.

A apresentação contará com Audiodescrição e Tradução em Libras. O espetáculo é uma criação do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, de Corumbá (MS), organização da qual ambos os coletivos fazem parte. 

Concebido a partir de um mito indígena Guató, uma etnia estabelecida na fronteira do Brasil com a Bolívia, o espetáculo “Guadakan” conta uma história que ressalta a necessidade da preservação do Pantanal e toda a sua biodiversidade, principalmente no atual momento vivido pela Humanidade, com diversos tipos de mudanças e emergências climáticas.

Registro da apresentação da Companhia /Foto: Pedro Cleve

Esse espetáculo, em especial, surge a partir do momento em que vivemos as queimadas no Pantanal. A gente não respirava. A partir disso, procuramos histórias para falar dessa questão espiritual da região”, comenta a Companhia de Dança do Pantanal.

Unindo dança contemporânea e música, com uma trilha sonora executada ao vivo pela OCAMP – Orquestra de Câmara do Pantanal, a montagem faz uma viagem às origens dos povos do Pantanal, buscando a sabedoria dessa ancestralidade, que atravessa gerações, para revelar alertas.

Os povos originários aprenderam e passaram a ensinar quem são os verdadeiros donos do Pantanal. Seres não humanos, sobrenaturais ou divinos, que devem ser respeitados e exigem condutas éticas para que ali todos possam viver em equilíbrio com os recursos por eles oferecidos. Quando se quebram regras, punições serão proferidas”, explica a direção.

Com oito bailarinos em cena, o espetáculo discorre sobre o mito Guadakan, o espírito do Pantanal.

A concepção cênica e direção geral é de Márcia Rolon, os arranjos e adaptação musical de Eduardo Martinelli. A regência fica por conta de José Maikson Amorim Alves, a narração do mito por Arce Correia, a coreografia é de Chico Neller, os figurinos de Luiz Gugliatto, e a produção local, na cidade de São Paulo, será realizada por Suelen Garcez.

Márcia Rolon explica que o espetáculo é intenso e necessário. “Vivenciamos nesta década as maiores queimadas já registradas no Pantanal. O Brasil, agora, já se prepara para sediar a COP30. O mundo discute o aquecimento global e os impactos sobre as nações. E o Pantanal clama por socorro. Como pantaneiros e sul-mato-grossenses, sabemos da urgência de olhar para o que é nosso e de todos os brasileiros. Por meio da arte e toda a provocação que ela carrega consigo, estamos rompendo os espaços para lembrar a todos de que o Pantanal precisa de nós”, destaca.

“Guadakan”, adaptado para ser apresentado em formato de turnê, já foi visto por mais de 4 mil pessoas em cidades como Corumbá, Campo Grande, Dourados e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

O patrocínio master é do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, além do patrocínio da LHG Mining, BTG Pactual e Too Seguros. O projeto tem parceria com Criança Esperança, J.Macêdo, Fecomércio – Sesc, Sicredi, Sebrae e Sesi, apoio cultural Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul e Governo do Mato Grosso do Sul, parceria institucional da Prefeitura de Corumbá, Prefeitura de Ladário, Prefeitura de Puerto Suárez, Prefeitura de Puerto Quijarro, Instituto Homem Pantaneiro, IFMS, UFMS, Acaia Pantanal e outros doadores pessoa física e jurídica. Em São Paulo, o projeto tem apoio da Prefeitura de São Paulo, Instituto Baccarelli e CEU Vila Alpina / Vila Prudente – Virgínia Leone Bicudo.

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