Na última terça-feira (18), os vereadores de Belo Horizonte aprovaram um projeto de lei que concede um vale-alimentação no valor de R$2,3 mil para eles mesmos. O projeto foi proposto pelos parlamentares Professor Juliano Lopes, Pablo Almeida, Wanger Ferreira e Wanderley Porto. A votação durou cerca de 3 minutos, obtendo 37 votos favoráveis e apenas 3 contrários. Se sancionada, a proposição pode entrar em vigor no começo de abril.
No momento, a remuneração dos vereadores é de aproximadamente R$18 mil, quase treze vezes superior ao salário mínimo do país. Serão usados R$32,7 milhões do orçamento público até o fim do ano para o pagamento dos vales. É importante destacar que os vereadores continuarão o benefício quando estiverem de licença, ele será pausado apenas quando estiverem de férias.

Segundo uma pesquisa de 2024 da empresa Pluxee, do ramo de serviços em multibenefícios de alimentação, refeição e transporte, o valor médio do vale-alimentação dos trabalhadores brasileiros é de R$ 496,83; especificamente no Sudeste, o valor chega a R$ 536,79.
Cidadões usaram as redes sociais para demonstrar insatisfação com a aprovação do projeto: “Vereador muito louvável sua preocupação mas e BH? E o aumento que a câmara aprovou para vocês mesmos? E os ônibus? Rio Ardidas? Aeroporto Carlos Prates? Metrô? E a imundície das ruas? E a coleta de lixo péssima? E o trânsito caótico?”, escreveu um morador, em uma publicação de um dos vereadores.
“Admiro seu trabalho, mas votar a favor de um aumento de 90% no vale-refeição é inaceitável, especialmente enquanto a população enfrenta dificuldades para comprar alimentos no supermercado”, escreveu outro, em uma publicação diferente.
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