“Feliz que Bárbara está de volta para casa”, afirma marido de cineasta brasileira presa pela imigração dos EUA

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Bárbara Marques foi detida no dia 16 de setembro, após fazer uma entrevista para obter o green card em Los Angeles, na Califórnia

Após ficar 30 dias presa pela imigração dos Estados Unidos, o marido de Bárbara Marques, anunciou nas redes sociais que a cineasta brasileira foi libertada na última quinta-feira (16): “Estou muito feliz em dizer que Bárbara está de volta para casa! Agradecemos a todos que nos ofereceram palavras gentis, nos mantiveram em seus pensamentos ou nos ajudaram com nossas campanhas telefônicas para garantir que tivéssemos o devido processo legal que todos merecem”, afirmou Tucker May.

A brasileira foi detida no dia 16 de setembro após realizar uma entrevista para obter o green card, como é conhecido o documento que garante residência permanente no país, no escritório do Serviço de Cidadania e Imigração, no centro de Los Angeles, na Califórnia. Segundo o marido de Bárbara, a cineasta foi levada por um funcionário da imigração que informou que faltava uma cópia do passaporte da brasileira e que ela devia acompanhá-lo até outra sala, de onde não voltou mais.

Tucker afirma que os agentes do serviço de imigração informaram que o motivo da detenção de Bárbara era ausência de uma audiência de regularização de visto em 2019, que teria gerado uma ordem de deportação para a brasileira, no qual Barbára nunca foi notificada.  

Cineasta brasileira presa pela imigração dos EUA é libertada
Foto: reprodução redes sociais

Tratamento hostil e privação de direitos básicos

Em postagens no perfil do marido de Bárbara durante todo o mês de detenção, Tucker relatou o tratamento que Barbára recebeu em sua prisão. Uma postagem diz que a cineasta brasileira passou mais de 12 horas sem comida ou água, teve negado equipamentos médicos necessários e até ibuprofeno para dor, incapacidade de dormir devido ao medo constante, banheiros sem papel higiênico ou suprimentos básicos, e cancelamento de sua conta na loja (quando ela estava agendada para deportação), o cancelamento da conta bloqueia o acesso a sabonetes, desodorizantes, cobertores e essenciais, embora os fundos tenham sido pagos.

Tucker também afirma que chegou a ver Bárbara pouco tempo dois da prisão e que ela estava algemada e chorando muito. Ao longo dos dias, quando conseguiu falar novamente com a esposa, ela estava aterrorizada com o tratamento recebido pelo ICE, que é agência designada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para deter imigrantes em situação irregular em todo país.

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Bárbara é natural de Vitória, Espírito Santo. Ela se formou em cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro e atuou como e produtora antes de dirigir seu primeiro filme, Dias de Cosme e Damião, em 2016. Ela também assina a direção de Cartaxo (2020) e PRETAS (2021). A cineasta entrou nos EUA com um visto de turista em 2018. Próximo ao vencimento, ela pediu uma extensão desse visto e não foi notificada da negativa nem da data da audiência.

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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