Às vésperas de completar um ano, o episódio de racismo envolvendo o vereador Camilo Cristófaro (Avante) está parado na Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo. Em 3 de maio de 2022, durante uma sessão híbrida na Casa, ele disse: “Não lavar a calçada… É coisa de preto, né?”. A vereadora Luana Alves (PSOL) reagiu imediatamente.
Naquele dia, a sessão foi suspensa. Logo depois, ela pediu instauração de inquérito contra o vereador na delegacia de crimes raciais e acionou a Corregedoria da Câmara. Por unanimidade, vereadores aprovaram abertura de processo disciplinar.
A apuração do crime de racismo seguiu na Justiça, mas estagnou na Câmara; Já indiciado e denunciado, o vereador deverá ser julgado por racismo em 2 de maio, um dia antes de o episódio completar um ano. À época, o vereador se justificou — disse, inicialmente, que falava de um carro; depois, afirmou que foi uma brincadeira com um amigo e que não é racista.
“Houve uma série de manobras desse vereador para tentar evitar ser julgado pela Corregedoria da Casa, mas a gente tem expectativa de que a Corregedoria consiga se movimentar, porque é muito vergonhoso, na verdade, se a Justiça conseguir ter resposta mais rápida por fora do que dentro da Câmara Municipal”, afirmou Luana.
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O novo corregedor da Câmara, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), disse que está tentando fazer o processo andar. “O primeiro ponto é que nenhum vereador indicado para relatar o processo aceitou… Por acúmulo de trabalhos, incompatibilidade, enfim, acabaram renunciando.
O segundo ponto é que alguns membros da Corregedoria renunciaram ao posto. Mesmo que houvesse relator neste momento dando prosseguimento ao processo, não conseguiríamos votar o mérito, visto que a admissibilidade já foi votada.”