Um casal denunciou ter sido vítima de racismo em um bar no bairro do Prado, em Maceió. Júlia Neves Marinho de Almeida e seu namorado, João Roberto de Lira Santos Júnior, relataram que o episódio ocorreu enquanto aguardavam um carro por aplicativo após comemorar o aniversário de uma amiga.
De acordo com o relato das vítimas, cinco pessoas, incluindo um segurança do bar, e uma mulher que se apresentou como coronel, passaram a encará-los, bater na mesa e acusá-los de furto. Júlia foi obrigada a abrir a bolsa, que continha apenas caderno e estojo. O casal também afirmou que tentou pedir ajuda a policiais que passavam pelo local, sem sucesso.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) informou que a ocorrência foi registrada como calúnia na delegacia virtual. Procedimentos investigativos foram abertos, e o casal precisa comparecer à delegacia para prestar depoimento. Apesar da classificação da ocorrência, os jovens consideram que o episódio configura racismo e buscam medidas legais.
“A gente sabe que isso não foi só calúnia. Isso tem nome e isso é racismo. Então a gente tá tomando todas as medidas legais para poder resolver essa situação e [estamos] em busca de justiça”, comentou João.
O bar divulgou nota afirmando que o colaborador identificado foi afastado e que está apurando o caso. A direção ressaltou que não compactua com discriminação e investirá em capacitação para evitar novos episódios.
A Polícia Militar de Alagoas informou que recebeu a denúncia por terceiros, via 190, e que os suspeitos já haviam deixado o local. As vítimas foram orientadas a registrar a ocorrência na delegacia.
O casal procurou o Instituto Negro de Alagoas (INEG/AL) para orientação sobre medidas legais cabíveis, reforçando a importância de denunciar casos de racismo e constrangimento.
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