A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) começou nesta quarta-feira (22), e segue com programação diversa até o próximo domingo (26). O evento, que celebra a cultura e a literatura, recebe a Casa Poéticas Negras, casa parceira oficial do evento, que leva mais uma vez para a FLIP uma programação voltada para a cultura negra.
Neste ano, a organização de impacto social que tem sede e atuação em Paraty, na Costa Verde do estado do Rio, reforça a sua missão de dar voz às experiências, narrativas e expressões culturais afrobrasileiras e indígenas, com foco no letramento racial e social. São mais de 40 horas de atividades afroreferenciada com mesas literárias, lançamentos de livros, sessão de autógrafos, slam, poesia, exibição do documentário Moa do Katende e shows.
“Na Casa Poéticas Negras, acreditamos que o letramento racial e social é a base para a construção de uma sociedade justa e igualitária, onde cada voz é uma história a ser ouvida, cada identidade é um patrimônio a ser valorizado“, pontua Angela Damasceno, fundadora do Casa Poéticas Negras.
Toda a programação é permeada com a presença de convidadas ilustres do Brasil, como Katiuscia Ribeiro, Luciana Barreto, Dani Balbi,Fayda Belo, a secretária de Meio Ambiente do Rio de Janeiro Taina de Paula, e do exterior como a escritora cubana Teresa Cárdenas.
O espaço também será palco para o lançamento de mais de 50 publicações de obras dos catálogos das editoras Coletivo Diversos, FEMINAs, Jandira, Kitembo, Miolo Mole, Pallas e Telha, todas dedicadas à literatura afrobrasileiras, diaspóricas e indígenas.
“Aquilombar-se é reconectar-se com a força das nossas raízes e celebrar a magia de ter uma programação repleta de cultura negra e indígena, onde a diversidade é o nosso guia“, reforça Angela.
O que você só vê na Casa Poéticas Negras
Além da programação literária, o espaço contará com uma área dedicada ao empreendedorismo local e de impacto social, com a presença das marcas de Apoema, Ateliê de Benguela e Ateliê Lúh, Dani Guira.Quem também marcará presença é a NUDE, oferecendo degustação de seus produtos 100% plant based e zero pegada de carbono.
O que vai rolar?
- 23/11
-10h: Dance Slam – Batalha de coreografia de TikTok. Trazendo a integração social por meio da dança, o grupo Dance Slam, utiliza como base coreografias do TikTok para criar um cenário de batalha com direito a ganhadores e prêmios com Dani Rosa.
-11h: Contos e saberes africanos. Mediação de leitura do conto “O Anel do Rei” e análise a partir do viés ancestral com Beta Ferreira.
-13h: Infância e vivências afroreferenciadas com Sidnei Nogueira, com o livro ‘Menina dos cabelos d’água’, a ilustradora Luciana Itanifè e Priscila Obaci, com o livro ‘Xirezinho – brincando com a natureza’.
-14h: Educação, literatura e cultura para uma sociedade mais inclusiva com Iya Marta Sales, Nelson Maca e Amauri Queiroz. Mediação: Angela DaCor.
-15h30: Mulheres e suas vivências poéticas com Beatriz Félix, Analu Cristina e Elisa Pereira. Mediação: Sandra Regina.
-17h: Slam Diversos com Patrícia Jimin e Renato Kola. Nascido em fevereiro de 2018, o Slam DiVersos é um campeonato de poesia falada que reúne três modalidades de Slam em uma só competição: poemas curtos, de amor e tema livre. O Slam DiVersos é também organizador do Double Slam.
-18h30: Sarau baobá com King a Braba. É um coletivo que surgiu em março de 2020, em Itapecerica da Serra, em São Paulo. Fundado por King a Braba, o Sarau Baobá tornou-se itinerante ocupando um papel fundamental dentro das escolas e reúne múltiplas linguagens artísticas como, dança, poesia e música. É um espaço de desabafo, escuta e cura.
-20h: Rodas Negras: Capoeira, samba, identidade e MESTRE MOA PRESENTE! com Roberto Pereira (Perspectiva), Janete Góes Reis e Gustavo McNair. Exibição do doc MOA DO KATENDE e mesa de conversa.
-21h30: Samba do Bebele e Capoeira – A professora do Grupo de Capoeira Angola Angolinha, Janete Góes lidera a roda com seus filhos, filha e amigos para uma roda animada aos sons dos atabaques, saias rodadas e ladainhas.
- 24/11
-10h: Educar para a diversidade. Mediação de leitura com os livros de Noelia Miranda e Tatiana Moreira por Dani Rosa.
-11h: Patriarcado e racismo não combinam com desenvolvimento e a revolução democrática com Juliane Furno, Jailson de Souza e Silva e Rosana Miranda. Mediação: Pauliane.
-12h30: Emancipação e trajetórias de mulheres negras com o lançamento do livro ‘Digitais Pretas’ de Beta Ferreira; Rai Soares e Aline Chermoula. Mediação: Jequélie Duarte.
-14h: Saúde Mental e subjetividades das mulheres negras e seus enfrentamentos à negrofobia com Roberta Federico, Veronica Santana e Eloá Moraes. Mediação: Tatiana Moreira.
-15h30: Poesia Preta de ontem e de hoje com Esmeralda Ribeiro, Mel Duarte e Angel Aguiar. Mediação: Jéssica Campos.
-17h: Diversidade e bem-viver: as múltiplas autorias em literatura indígena com Geni Nuñez, Janaú e Ellen Wassu. Sarau Urucum com Jamile Anahata.
-18h30: A história que “esqueceram” de nos contar com Ynaê Lopes, Luciana Brito e Roberto Pereira. Mediação: Marília Teles.
-20h: Xotarau, como o nome já sugere é um sarau erótico, organizado por mulheres pretas e lésbicas, moradoras da zona leste de São Paulo. A ação tem como objetivo proporcionar um espaço onde todos os corpos se sintam acolhidos e livres para serem quem gostaria de ser com Dani Rosa e lançamento do livro “Vinho Retinto” com King a Braba.
-21h30: ADRINKAZ. Apresentação musical com influências afrojazzísticas. O show reunirá músicos de origens e histórias diferentes que produzem uma linguagem futuro-ancestral comum, com raízes culturais negras.
- 25/11
-10h: Narrativas de mulheres negras: estratégias e tecnologias sociais para emancipação com Dani Balbi, Thaina Briggs e Valesca Lins. Mediação: Veronica Santana.
-11h30: História, cultura e memória do pensamento negro com Henrique Marques Samyn e Marcelo Augusto Monteiro. Mediação: Thaina Briggs.
-13h: Literatura e historiografia preta: histórias que precisam ser contadas com Vitor Trindade com o livro ‘O Ogan Alabê’, Renato Silveira e o ilustrador Edson Ike com ‘Linhas pretas – Machado de Assis’. Mediação: Luana Vignon.
-14h30: Qual a nossa onda? A escrita negra na ficção científica e fantástica com Marco Aurélio, Lu Ain Zaila e Henrique André. Mediação: Israel Neto.
-16h: Sarau do Capão com Tawane Theodoro e Jéssica Campos. O coletivo surgiu em Janeiro de 2017, fundado por Tawane e Jéssica, duas mulheres pretas e periféricas. O evento é uma mescla de poesia, dança, música e as diversas formas de arte, além de debate de questões de gênero, raça e classe.
-17h30: Movimento negro, lutas antirracistas e relações étnico-raciais no mundo contemporâneo com Richard Santos, Flávia Rios e Luiza Mandela. Mediação: Vitor Trindade.
-19h: Combinaram de nos matar. Mas nós combinamos de não morrer, com Fayda Belo, Luciana Barreto e Hananza. Mediação: Catita.
-20h30: Filosofia e literatura afrodiaspórica para emancipação com Teresa Cardenas, Katiuscia Ribeiro e Josane Silva Souza. Mediação: Richard Santos.
-22h: Samba do Quilombo. Formada por sambistas da comunidade, composto por jovens, mulheres, e integrantes mais antigos. Mestre Tuca, griô e guardião do samba na comunidade é presença garantida.
- 26/11
-10h: Racismo ambiental e as estratégias de mulheres de axé como liderança com Tainá de Paula e Flávia Pinto. Mediação: Martha Sales.
-11h30: Escritas que vencem distâncias e lançamento do livro ‘É cada vez mais urgente manter vivo o que nos resta’ com Ana Elizabete Machado, Jequélie Duarte e Marília Teles. Mediação: Samira Calais.
-13h: Contos de nossa terra com Máximo Lustosa, Paulo S. Oliveira e Jô Freitas. Mediação: Angela DaCor.
-14h30: As culturas negras nos quadrinhos e HQs com Rodrigo Candido e João Miranda Mediação: Israel Neto.
-16h: A produção de conhecimento como estratégia de luta pelos territórios com Mestre Joelson da Teia dos Povos, a Laura Braga Quilombo da Fazenda, Gabriela Antonia do programa Mulheres da Borracha. Mediadora: Camila Haddad.
-17h30: A Pluralidade da Margem com Tawane Theodoro e Jéssica Campos. Mediação: Brenalta.
-19h: Encontrão poético: Sarau descansa militante com Coletivo Diversos.
-20h30: Spokén Word: Match (Música & Poesia) com Patrícia Jimin, King a Braba e Brenalta. Música e literatura se encontram num espetáculo cheio de poesia e afeto.
Sobre o Casa Negras Poéticas
Fundada em 2019, a organização de impacto social, com sede e atuação em Paraty, tem como propósito, promover a equidade racial e cultural por meio da educação, da valorização da identidade negra e indígena. Buscando capacitar, inspirar e unir comunidades, fortalecendo o letramento e a autoafirmação, para a construção de um futuro inclusivo e representativo.
Onde fica a Casa Negras Poéticas na FLIP?
Rua Comendador José Luiz, 398 Centro Histórico, Paraty
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