Letícia Rios afirma que vai lutar para que o Estado brasileiro reveja a lei trabalhista de contratos de estagiários e de mais direitos trabalhistas. Ela é irmã de Luana Rios, de 24 anos, que faleceu de câncer na última semana. Luana era estagiária da Telos – Fundação Embratel de Seguridade Social. Ao ser dispensada, teve o plano de saúde cancelado e morreu após um mês sem conseguir continuar o tratamento.
“Se minha irmã estivesse com o plano, ela poderia esta viva nesse momento, como o próprio médico do quinta dor disse, ‘ela precisa do plano de saude para que ela possa viver’, já que ela estava fazendo exames devido a grande possibilidade de metástase, e sem o plano a chances de sobreviver seria mínima. Foi o que aconteceu cancelaram o plano e junto assinaram a sentença de morte da minha tão amada irmã. Não cancelaram apenas o plano, e sim cancelaram a vida de uma menina que estava trilhando um caminho muito lindo”, desabafou Letícia.
Luana era jovem, estava cursando a faculdade, era sambista e cheia de sonhos, mas teve a vida interrompida. De acordo com Letícia, a irmã recebeu diagnóstico de câncer grau 4 em outubro no Hospital Quinta D’or com o nome de meduloblastoma. Um tumor no cérebro.
“Foi um misto de sensações entre desespero, apreensão, e fé em Jeová”, afirmou.

Segundo Letícia, ela iniciou o tratamento com uma cirurgia para a retirada do líquido, pois estava com hipertensão intracraniana, logo em seguida fez uma segunda cirurgia para retirada do tumor. Após alguns dias de recuperação, entrou com tratamento de radioterapia.
“No começo, ela estava fazendo mas sem sentir efeitos colaterais, na sétima seção ela começou a sentir os efeitos da radio e baixou a imunidade ,ela ja não conseguia andar sozinha, perdeu o equilíbrio, para todo o lugar que ela fosse tinha que ter alguém para segurar pelo seu braço, um processo muito difícil para todos nós”, explicou.
Letícia conta que o plano era vinculado a empresa Telos e que a irmã chegou a voltar a trabalhar após o afastamento pós cirúrgico, mas passou mal na empresa, teve de ir à emergência e precisou de mais tempo para se recuperar: “Passando alguns dias a empresa entrou em contato falando do desligamento dela. Ao meu ver, a empresa fez o desligamento porque não queria ter gastos”, afirma.
Letícia diz que o plano de saudades prestou toda a assistência, os médicos foram atenciosos e que Luana tentou de todas as formas ficar com o plano de saúde, pedindo até mesmo para pagar do próprio bolso o valor do plano, mas a empresa negou. Mesmo tendo dito antes que ela poderia ficar com o plano caso pagasse do próprio bolso.
“Quando a empresa voltou atrás minha irmã entrou em desespero, indo parar na emergência, porque passou mal”, contou.
A família afirma que vai buscar assistência jurídica no caso de Luana e que irão a defensoria pública, pois não possuem renda para ação com um advogado particular. “Esperamos que tenha a revisão na lei do estágio, que tenha mais proteção a saúde e mas dignidade para todos os estagiários, não podemos deixar passar impune, para que outras famílias do brasil não venham a chorar, a sofrer com nós da família Rios estamos sofrendo, eu acredito na justiça do Brasil, e que ela seja feita, temos que dizer sim a vida”, disse.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Telos, empresa em que Luana estagiava, com a Sul América, o plano de saúde, e com o CIEE que intermediou o contrato de estágio, mas até o momento apenas o CIEE respondeu.
“O Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro (CIEE Rio) informa que o contrato de Luana Maurício Rios de Oliveira, era um contrato de estágio por prazo determinado, com vigência de 9 de outubro de 2023 até 8 de abril de 2025, quando houve o encerramento por término de contrato”, informou em nota enviada a equipe de reportagem.
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