O governo canadense pagará mais de US$ 2 bilhões a centenas de comunidades indígenas em compensação por quase um século de abuso sofrido por crianças em escolas residenciais, desde o final do século XIX até a década de 1990.
“O Canadá se compromete a reparar o danos coletivo causados pelo sistema de escolas residenciais e a perde do idioma, cultura e herança”, segundo um comunicado oficial divulgado no último sábado (21).
Durante quase um século, o governo canadense enviou cerca de 150.000 crianças para 139 escolas residenciais, a maioria dirigidas pela Igreja Católica, onde foram isoladas de suas famílias de sua cultura. Muitos sofreram abuso físico e sexual, e acredita-se que milhares morreram de doenças, desnutrição ou negligência.
Agora, uma ação coletiva movida por 325 comunidades indígenas resultou em um acordo de 2,8 bilhões de dólares canadenses (US$ 2,1 bilhões), que serão destinados a um fundo sem fins lucrativos independente do governo.
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O dinheiro será utilizado para “revitalizar a educação, a cultura e a língua indígenas, para ajudar os sobreviventes em seu processo de recuperação e reconexão com sua herança”, segundo o comunicado oficial.
“Levou muito tempo para o Canadá reconhecer sua história, reconhecer o genocídio que cometeu e reconhecer o dano coletivo causado a nossas nações pelas escolas residenciais”, disse Garry Feschuk, um líder indígena que esteve envolvido na acusação.
O ministro federal das Relações Indígenas, Marc Miller, afirmou, por sua parte, que “todos os sobreviventes merecem justiça e a compensação que lhes é devida”.
Os termos específicos para o pagamento do valor serão decididos pela Justiça federal em 27 de fevereiro.
Em 2015, uma comissão nacional de inquérito classificou o sistema de escolas residencial de “genocídio cultural”.
Fonte: AFP