A mobilização está cada vez mais forte para que o presidente Lula (PT) escolha uma mulher negra para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo Juristas Negras se juntou a outras entidades na busca por assinaturas de apoio ao “Manifesto Mulheres Negras no STF”.
“Para um Estado que se declara democrático, a falta de representatividade das mulheres negras nos espaços de poder é notável e vergonhosa” – argumenta o manifesto divulgado pelo grupo nas mídias sociais.
Uma das fundadoras desse movimento, a jurista Lívia Sant’Anna Vaz, é a candidata apoiada por esses grupos. Seu nome recebeu uma declaração de apoio do Most Influential People of African Descent (Mipad). Lívia faz parte da lista global das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo.
Uma carta aberta endereçada a Lula está recolhendo assinaturas em apoio à indicação de Lívia Vaz.
Lívia Vaz é promotora de Justiça na Bahia e atua na Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa em Salvador desde 2015. Desde 2018, ela é a coordenadora do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo e Respeito à Diversidade Étnica e Cultural do Conselho Nacional do Ministério Público.
STF nunca teve ministra negra
Criado há 132 anos, o STF jamais teve uma mulher negra em sua composição e ao longo desse período todo só teve entre seus quadros três ministros homens negros. O último deles, Joaquim Barbosa, que se aposentou em 2014.
Em seu terceiro mandato presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva poderá indicar pelo menos dois novos nomes. Serão os substitutos dos ministros Ricardo Lewandovski, que já se aposenta em maio deste ano, e Rosa Weber, que se aposenta no fim do ano.
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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou em entrevista recente que defenderá ao presidente da República a indicação histórica de uma mulher negra ao STF. Cabe ao presidente a indicação do nome ao STF, que passa em seguida por uma sabatina no Senado Federal.
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