Uma calça jeans da marca Levi’s de 1880foi vendida em um leilão nos Estados Unidos pelo valor de US$ 87 mil, equivalente a cerca de R$ 457 mil. A peça foi encontrada em uma mina abandonada por um “arqueólogo de jeans”. Na etiqueta da peça foi encontrado um slogan racista que dizia que a calça havia sido “o único tipo feito pelo trabalho branco”.
A peça foi arrematada por Kyle Hautner, de 23 anos, e Zip Stevenson, um veterano do mercado de jeans vintage. Em entrevista ao jornal norte-americano “Wall Street Journal”, o porta-voz da Levi’s disse que a empresa realmente usou este slogan até 1882, até a introdução da Lei de Exclusão Chinesa, que impedia a entrada de trabalhadores do país asiático nos EUA.
Outros casos
Não é de agora que empresas utilizam de terminologia racista para se direcionarem aos seus públicos. Há pouco tempo, a Dove, empresa de cosméticos e higiene pessoal, em sua versão britânica, lançou uma publicidade em que uma modelo negra “se torna branca” para fazer alusão à eficácia de seu sabonete.
Em outro caso, agora no Brasil, a marca de roupas Reserva colocou manequins negros de cabeça para baixo na vitrine de uma das suas lojas, no Rio de Janeiro. A loja justificou que toda identidade visual da Reserva é preta e vermelha, sendo seus manequins na cor preta, há mais de nove anos e que, em época de liquidação, coloca os manequins de cabeça para baixo.
Leia também: Ator é hostilizado por bolsonaristas após comício de Lula no Complexo do Alemão
A justificativa não agradou muitas pessoas e as reações nas redes sociais foram imediatas. “Branco neste país está tão acostumado a tratar negros de forma desprezível que acham que seus atos são inocentes”, escreveu um usuário do Twitter, em resposta à marca.
Ambas as marcas sofreram processos nos conselhos de propagandas e retiraram as publicidades – Foto: Reprodução
