Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que a quantidade de pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar aumentou no Brasil já no terceiro ano do último governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os dados mostram que a fome alcançou 29,2 milhões de brasileiros no final de 2021, ficando um pouco atrás dos números registrados no início da pandemia da Covid-19. Também em 2021 foram registradas quase 30 milhões de pessoas que passaram por algum grau de insegurança alimentar, o que significa que mais de 10% da população do país teve dificuldade para comer.
Antes, entre o final de 2018 e os primeiros meses do ano seguinte, esse número era de 25,6 milhões. Esse número aumentou significativamente com o início da pandemia, chegando a 31 milhões de pessoas com algum tipo de insegurança alimentar. Em dezembro do ano passado uma pesquisa divulgada pelo II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid–19 no Brasil mostrou que 33 milhões de pessoas estavam em insegurança grave.
Na última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou uma pesquisa que mostrou que a desigualdade social chegou ao menor nível em 11 anos, por conta do aumento do Auxílio Brasil durante o ano eleitoral. Apesar da renda de parte da população aumentar, o alto custo dos alimentos contribuiu para o cenário de fome entre o fim de 2021 e o começo de 2022.
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“Claro que a gente não quer uma distância entre ricos e pobres muito grande, então a gente tem que se preocupar com a desigualdade e tem que comemorar quando ela cai. No entanto, isso não significa que porque a gente observou um diminuição da desigualdade que houve também necessariamente uma redução do número de pessoas em insegurança alimentar”, argumenta o responsável pelo estudo do FGV, Daniel Duque, em entrevista a GloboNews.