86% dos brasileiros já sofreram bullying dentro da própria família, aponta pesquisa

bullying

Foto: Pexels

Uma pesquisa realizada pela consultoria On The Go mostra que o ambiente doméstico, muitas vezes associado a proteção e cuidado, também pode ser palco de agressões verbais e comparações dolorosas. O estudo, encomendado pelo Boticário, ouviu cerca de 2 mil pessoas de todas as regiões do país e revelou que 86% dos brasileiros já foram alvo de comentários ofensivos feitos por familiares.

O levantamento mostra que o chamado “bullying familiar” aparece de diversas formas, desde críticas à aparência até comparações com outros parentes, situações frequentemente tratadas como brincadeiras, mas que deixam marcas profundas. Metade dos entrevistados afirmou que os episódios mais frequentes envolvem observações sobre corpo, peso, cabelo ou estilo.

bullying
71% dos entrevistados acreditam totalmente que palavras positivas têm o poder de transformar relações. – Foto: Pexels

Apesar da incidência elevada, apenas 17% conversam abertamente sobre esses incômodos dentro de casa. Para os pesquisadores, o silêncio reforça como o tema ainda é tabu e muitas vezes naturalizado, mesmo entre famílias que se consideram afetuosas.

Os participantes demonstraram, porém, desejo de mudança. Sete em cada dez acreditam que palavras positivas têm potencial para transformar relações. Quando questionados sobre o que gostariam de ouvir de seus parentes, surgiram pedidos por incentivo, acolhimento e mais respeito na comunicação diária.

LEIA TAMBÉM: Pesquisa revela que 32% dos casos de bullying são cometidos contra pessoas negras

Para Ana Cavalcanti, diretora de Insights da On The Go, compreender esse fenômeno é fundamental para melhorar a convivência familiar. Ela afirma que conversas cuidadosas podem fortalecer autoestima e bem-estar, já que comentários aparentemente simples podem ser interpretados de maneiras diferentes e gerar impactos duradouros.

Os dados também evidenciam diferenças entre grupos sociais. Mulheres (23%) e jovens de 18 a 24 anos (28%) relataram maior sensibilidade às situações de desconforto geradas por críticas familiares, especialmente quando relacionadas à aparência. Entre esses perfis, a consequência emocional é ainda mais intensa: nove em cada dez afirmaram que o bullying dentro de casa afeta diretamente a forma como se enxergam.

O estudo indica que, apesar das experiências negativas, tanto mulheres quanto jovens demonstram abertura para diálogos mais afetuosos. Para os pesquisadores, essa disposição representa um ponto de partida importante para transformar vínculos familiares e promover relações mais saudáveis e acolhedoras.

Deixe uma resposta

scroll to top