Ambas já foram liberadas, conforme informação da advogada do casal
A superintendente da Polícia de Goiás, Marcela Rodrigues, concedeu uma entrevista coletiva na tarde da última segunda-feira, (10), e confirmou que as brasileiras goianas, Kátyna Baía e Jeanne Paolini, detidas no exterior por tráfico de drogas, tiveram a identificação das malas modificadas no Aeroporto de Cumbica, na cidade de Guarulhos, (SP). Desse modo, afirmou haver uma vulnerabilidade nos aeroportos.
Marcela aponta que a Polícia Federal (PF) atua de forma permanente dentro dos aeroportos, no entanto, o trabalho tem uma divisão delineada. Portanto, confirma que o caso das brasileiras traz uma provocação necessária para revitalização dos sistemas de segurança.
Na quinta-feira, (6), a superintendente informou que a PF direcionou para a Alemanha, com a finalidade de dar subsídio na investigação, cópias das provas que integram o inquérito. Sendo assim, enviaram vídeos, confissões e depoimentos de algumas das pessoas já presas.
De acordo com o delegado, chefe da Delegacia de Repressão a Drogas, em Goiás, Bruno Gama, o inquérito, juntamente com as provas, foram entregues pelo Ministério da Justiça brasileira, para a órgãos competentes alemães. Segundo a PF, a documentação comprova a inocência das brasileiras.
Entenda o caso
Ao embarcar em uma viagem de férias, a personal trainer Kátyna e a médica veterinária Jeanne foram detidas na Alemanha por tráfico internacional de drogas. Casadas há 12 anos, moram em Goiânia (GO) e gostam de viajar.
Porém, há cerca de um mês encontram-se presas em Frankfurt, Alemanha. Segundo a família e comprovação da PF, no aeroporto de Guarulhos, funcionários trocaram as etiquetas das malas das brasileiras.
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A libertação
No início da tarde de terça-feira, (11), a advogada de defesa do casal, Chayane Kuss de Souza, confirmou que as brasileiras foram inocentadas. Com isso, o Ministério Público da Alemanha chancelou a libertação imediata de Kátyna e Jeanne.
Como proteger a sua bagagem?
Para se proteger de situações como das brasileiras detidas no exterior, de acordo com o professor de Direito Penal da UERJ, Davi Tangerino, não há uma forma completamente eficaz. Mas orienta que o passageiro use o celular para fotografar as etiquetas e bagagens que irá despachar. Dessa forma, em caso de ocorrência de golpe, o passageiro pode usar as fotos.
Porém, cabe a Justiça do país de onde ocorreu apreensão das bagagens definir se aceitará o uso das imagens como provas. Isso porque, de acordo com Tangerino, alguns países não permitem que pessoas detidas usem o celular pessoal.
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O especialista explica que uma etiqueta de mala não tem valor legal sólido, pois não se trata de um documento oficial e internacional. Mas ressalta que, durante o voo, as companhias aéreas têm responsabilidade sobre as bagagens.
O aeroporto e companhia aérea
A GRU Airport, responsável pela administração do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, evidencia que, após o check-in até a aeronave, a gestão das bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas.
Logo, a concessionária reforçou sua contribuição com as investigações. Ainda, confirmou que, nos casos de ocorrência de incidentes, reúne-se com as autoridades policiais para debater pontos de melhorias nos protocolos de segurança.
Já a Latam, confirma o acompanhamento do caso com máxima prioridade e ressalta sua colaboração com as investigações e prestação de apoio à família das passageiras. A companhia esclarece que nenhum dos funcionários envolvidos pertence à empresa e repudia o ocorrido.
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