Bolsonaro diz que tentou violar tornozeleira após “paranoia” causada por remédios

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De acordo com o boletim, Bolsonaro relatou ter apresentado, na noite de sexta-feira (21), um episódio de confusão mental e alucinações. Os médicos afirmam que o quadro pode ter sido provocado pela pregabalina, medicamento prescrito por outro profissional da equipe. - Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante a audiência de custódia realizada no domingo (23), que tentou violar a própria tornozeleira eletrônica após sofrer um episódio de “paranoia” e “alucinação” provocado pela combinação de medicamentos. Segundo ele, os efeitos colaterais teriam feito acreditar que o equipamento continha um dispositivo de escuta clandestino.

A declaração consta na ata da audiência conduzida por uma juíza auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro relatou estar utilizando pregabalina, medicamento usado para dores neuropáticas e sertralina, antidepressivo prescrito para tratar ansiedade e depressão.

De acordo com o boletim, Bolsonaro relatou ter apresentado, na noite de sexta-feira (21), um episódio de confusão mental e alucinações. – Foto: reprodução

Ele disse que, durante a madrugada, usou um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira, mas interrompeu o ato e comunicou posteriormente a equipe responsável pelo monitoramento. Também afirmou ter o equipamento em casa porque “já fez curso de operação desse tipo de equipamento”.

O ex-presidente afirmou que estava acompanhado de familiares e um assessor, mas que ninguém presenciou a tentativa de violação. A Polícia Federal o prendeu no sábado (22) após identificar risco de fuga e descumprimento de medidas cautelares, inclusive com mobilização de apoiadores para dificultar a fiscalização.

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Um boletim médico divulgado no domingo (23) pela equipe do ex-presidente indicou que Bolsonaro está clinicamente estável na Superintendência da PF em Brasília. Os médicos Cláudio Birolini e Leandro Echenique afirmam que ele apresentou confusão mental e alucinações na noite de sexta-feira (21), possivelmente relacionadas à interação entre pregabalina e outros medicamentos de uso contínuo, como clorpromazina e gabapentina.

O documento destaca que Bolsonaro possui múltiplas comorbidades e faz uso regular de diversos remédios desde 2018, após sucessivas internações e cirurgias. Ele também tratou recentemente um quadro de pneumonia por broncoaspiração e sofre com episódios de soluço persistente.

Segundo a equipe médica, a pregabalina foi suspensa imediatamente e ele segue sob acompanhamento clínico periódico, com ajustes na medicação e avaliação constante de seu estado geral.

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