A BBC Indonésia publicou um vídeo que mostrava o corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, encontrada morta após quatro dias aguardando resgate no Monte Rinjani, na Indonésia. A divulgação das imagens gerou forte reação e críticas nas redes sociais, levando o canal de TV a remover o conteúdo e publicar um pedido oficial de desculpas.
“Removemos o vídeo anterior sobre os esforços de evacuação da alpinista brasileira no Monte Rinjani porque continha imagens mostrando o estado de saúde da vítima. Pedimos desculpas”, declarou a emissora em nota.

Juliana era uma jovem publicitária e mochileira que fazia uma trilha no Rinjani, segundo maior vulcão da Indonésia, quando sofreu um mal súbito e ficou impossibilitada de continuar. Após ser deixada para trás por outras pessoas do grupo, ela foi localizada, ainda com vida, em um ponto de difícil acesso por drones e guias locais ainda no dia seguinte ao acidente. No entanto, mesmo com a localização confirmada, o resgate levou quatro dias para ocorrer. Quando os socorristas conseguiram chegar ao local, Juliana já estava sem vida.
A lentidão no socorro gerou revolta entre familiares e internautas brasileiros, que classificaram o caso como um abandono e denunciaram a falta de mobilização efetiva por parte das autoridades locais. O clima adverso e a topografia do terreno foram apontados pelas equipes como obstáculos para a evacuação, mas, segundo relatos da família, os esforços foram pontuais e insuficientes diante da gravidade da situação.
A tragédia de Juliana também evidencia a vulnerabilidade de turistas estrangeiros em trilhas perigosas sem protocolos rigorosos de segurança e acompanhamento. O Monte Rinjani é conhecido por seu nível elevado de dificuldade e pelas mudanças abruptas de clima, exigindo preparo técnico e físico.
A publicação das imagens de Juliana por parte da BBC foi vista por muitos como desrespeitosa e insensível. A retratação oficial buscou conter os danos à reputação da emissora, mas não apagou o impacto causado pela exposição de uma vítima em situação extrema.
O caso segue repercutindo na imprensa internacional e levanta questionamentos sobre responsabilidade institucional em situações de resgate e sobre os limites éticos da cobertura jornalística em tragédias envolvendo vítimas fatais.
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