Artista plástico Pandro Nobã apresenta sua primeira exposição individual, no Rio de Janeiro 

img6.jpg

Nascido e criado no bairro da Penha, no subúrbio do Rio de Janeiro, Pandro Nobã é um artista autodidata. Com um trabalho que aborda temas ligados a sua ancestralidade, e a sua vivência nos terreiros de religiões de matriz afrobrasileira, Pandro apresenta sua primeira exposição solo, chamada “Quintal”. 

Com a inauguração marcada para o próximo sábado (23) no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), das 16h às 22h, a exposição de Artes Visuais individual de Pandro Nobã fica aberta para visitação até 03 de novembro deste ano. 

A curadoria da exposição que reúne pinturas e objetos, é assinada pelo artista-pesquisador, curador e crítico de arte Alexandre Sá, que escolheu as peças mais emblemáticas de Pandro em um só lugar, no coração da cultura negra e afro-brasileira: na Pequena África, região onde está localizado o MUHCAB.

Pandro Nobã é um artista plástico carioca que apresenta sua primeira exposição individual /Foto: Divulgação

Segundo o artista, a proposta é levar o público a uma imersão no mundo das religiões de matriz africana. “Minhas obras falam sobre o dia a dia no terreiro, falam sobre o que é o candomblé e a umbanda, falam sobre a vivência do povo preto, principalmente. E eu espero que as pessoas se conectem com cada uma das peças expostas”, diz Pandro Nobã. 

Pandro começou a desenvolver sua arte com o grafitti, e com as obras atuais que abordam as religiões afro-brasileiras, já teve seu trabalho como parte da exposição “Um Defeito de Cor” no Museu de Arte do Rio e atualmente, na exposição “Dos Brasis / Arte e Pensamento Negro”, em cartaz no SESC Belenzinho, em São Paulo.

Sobre ter pela primeira vez uma exposição só sua, o artista não esconde sua felicidade. “Me sinto muito grato pelas exposições que fiz, as portas que se abriram ao longo da minha trajetória, e dar mais esse passo, significa muito. Fico muito feliz de mostrar para o mundo, de maneira completa, a minha arte”, diz Pandro Nobã. 

A escolha do lugar também é proposital. Além de ser um dos museus mais visitados do Rio de Janeiro, o MUHCAB é um museu de referência para a cultura carioca e afro-brasileira. Além de ser um espaço de encontro, é também um centro de pesquisa, e por isso possui uma responsabilidade social inquestionável e alinhado às questões do artista.

Obra “O menino dos olhos d’água”, de Pandro Nobã, que estará na exposição /Foto: Divulgação

Mais sobre o artista?

Pandro Nobã, nascido e criado no bairro da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro. É um artista autodidata que iniciou sua caminhada no graffiti em 1998 e dedica parte do seu tempo em trabalhos ligados à Arte Educacional. Ao longo de sua trajetória, atuou e atua como instrutor de graffiti em escolas públicas, projetos sociais, dentro de instituições de medidas socioeducativas e na área da atenção psicossocial/ serviços de saúde mental.

Hoje em dia seu trabalho aborda temas ligados a sua ancestralidade e a sua vivência nos terreiros de religiões de matriz afrobrasileira. Para além das ruas, o artista atualmente pinta telas e objetos que são geralmente utilizados nos cultos sagrados de terreiro como pratos de barro e esteira de palha. Algumas de suas obras atuais fazem parte da exposição “Um Defeito de Cor” no Museu de Arte do Rio e na Exposição “Dos Brasis / Arte e Pensamento Negro” em cartaz no SESC Belenzinho em São Paulo.

Quem é o curador?

Alexandre Sá é artista-pesquisador, curador e crítico de arte. Pós-doutorando em História pelo PPGH-UFF sob supervisão de Daniel Aarão Reis. Pós- doutor em Filosofia pelo PPGF-UFRJ sob supervisão de Rafael Haddock Lobo. Pós-doutor em Estudos Contemporâneos das Artes pela Universidade Federal Fluminense sob supervisão de Tania Rivera. Atualmente é Procientista-UERJ com o projeto As revistas acadêmicas de Artes Visuais. Jovem Cientista/FAPERJ com o projeto Políticas da escrita – Hélio Oiticica e o Rio de Janeiro. Sua pesquisa teórica versa sobre as imbricadas relações entre a cultura, as Artes Visuais e a política. Atual diretor do Instituto de Artes da UERJ, professor do Programa de Pós-graduação em Artes (PPGARTES) e editor-chefe da revista “Concinnitas” do Instituto de Artes da UERJ. Membro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – Comitê de Poéticas Artísticas. Sócio da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA). Sócio da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Idealizador do projeto (no Instagram): @istonaoeum. Como curador, destacam-se as seguintes exposições: Ver-Ão (Oásis-RJ; 2021), reunindo mais de 50 artistas. 01PN10 – ocupação performativa do PN10 de Hélio Oiticica (Centro Cultural Hélio Oiticica-RJ; 2022); A alegria não é a prova dos nove – curadoria de nove exposições individuais simultâneas (Casa França-Brasil-RJ; 2022); MaoCunaima – individual de Claudia Hersz (Museu do Açude-RJ; 2022); Des- Vão – individual de João Paulo Racy (Paço Imperial-RJ; 2021).

Leia também: Exposição ‘Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro’ entra em cartaz no Sesc Belenzinho em SP

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

Deixe uma resposta

scroll to top