Armas usadas em assalto no RS foram compradas por atirador esportivo, aponta Polícia Civil

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Um fuzil e três pistolas apreendidas em um assalto a carro-forte, em Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre (RS) foram adquiridas legalmente por um atirador esportivo, é o que aponta a investigação da Polícia Civil gaúcha.

Foto: Pixabay

O crime aconteceu em dezembro de 2021 e as investigações mostram que o homem recebeu dinheiro de uma quadrilha para a aquisição das armas e tinha registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) no Exército, que é o órgão responsável pela liberação do porte e posse de armas no Brasil.

O delegado João Paulo de Abreu explicou como foi o trato e revelou que o homem chegou a ser preso, em fevereiro deste ano, mas foi solto tempos depois. “Primeiramente, o homem ganhou R$ 2 mil pela compra do fuzil e de uma arma curta. Após, foi aliciado para que comprasse outras armas curtas não tendo recebido nada para tal, tendo em vista que foi ameaçado de morte”, afirma.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, as três pistolas foram compradas entre 2020 e 2021, já o fuzil foi adquirido em agosto de 2021 e entregue aos bandidos. Porém, as investigações apontam uma tentativa de compra da mesma arma um ano antes, por outro individuo.

Extravio de armas

Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz revela que 9 armas foram furtadas por dia em São Paulo, nos últimos 10 anos. O estudo analisou  23.709 ocorrências registradas entre os anos de 2011 e 2020. Na pesquisa  “Desvio fatal: Vazamento de armas do mercado legal para o ilegal no estado de São Paulo”, o Instituto mostra que as armas não são utilizadas para a defesa, como é alegado pelos CACs.

Leia também: Lesões por armas de fogo: estudo do Instituto Sou da Paz revela que saúde pública gastou 37,8 milhões, em 2020

Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte das armas levadas de proprietários legais acontece em contexto de furto (60%), sem uso de violência e muitas vezes sem a presença da vítima, e em segundo lugar roubo (38%). “Portanto, a arma de fogo que tem alto valor no mercado ilegal  acaba funcionando mais como um imã para o criminoso do que como um elemento para afastar o crime, o que refuta a crença de que a arma protege a residência”, comenta Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz e um dos responsáveis pela pesquisa. 

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