A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), em parceria com a Manos Visibles, entidade colombiana de audiovisual, lança a primeira escola negra de audiovisual com ações de internacionalização de suas ações e intercâmbio entre Brasil e Colombia.
A FOCO, laboratório de formação e experimentação audiovisual, está com inscrições abertas para sua primeira turma e seguem até o próximo dia 12 de junho. O modelo de formação busca fortalecer a liderança audiovisual para a equidade racial.
A escola busca explorar as possibilidades de construção audiovisual que os países encontram na etnia, descobrindo narrativas mais amplas, com bases estéticas renovadas, com capacidade de diálogo e interação com o público local e global.
A formação virtual, que possui um cronograma de 48 horas de aulas online ao vivo, e um encontro presencial de conclusão, abordará temas como Cinema Africano, processo criativo e comunicação de causa. Com aulas entre 17 de junho e 22 de julho de 2023, a capacitação também inclui atividades e leituras complementares aos conteúdos das aulas.
O comando das aulas ficará a cargo de nomes como Rodrigo Antônio, Viviane Ferreira, Janaina Oliveira, Fábio Rodrigues, Everlane Moraes, Joyce Prado, e Tatiana Costa do Brasil e Salym Fayad, Jhonny Hendrix, David Melo, Eduardo Rencurrell Daiz são os nomes da Colômbia além da participação e Expertos Colombianos.
Ao todo, a FOCO formará 30 cineastas do Brasil e da Colômbia com o objetivo de fortalecer uma massa crítica de vanguarda, que criem e posicionem novas narrativas audiovisuais de comunidades étnicas no país, América Latina e sua diáspora. Janaína de Oliveira ReFem, Vice-presidente da Apan comemora a parceria e a iniciativa.
“Estamos muito felizes com o lançamento da FOCO, e com a oficialização da parceria APAN – ManosVisíbles na concepção desta escola. Trabalhar com nossos irmãos e irmãs da América Latina é um desejo antigo nosso e que esta seja a primeira de muitas ações”, celebra.
A Colômbia é o segundo país em população negra da América do Sul, atrás apenas do Brasil e, ainda segundo Janaína, encontrar novos profissionais negros é de suma importância para o fortalecimento do projeto.
“Buscamos roteiristas e cineastas que queiram fortalecer sua linha conceitual para desenvolver histórias onde a linguagem audiovisual seja uma das portas de entrada para posicionar novos imaginários que permeiam o ecossistema audiovisual colombiano e brasileiro”, analisa.
Desde a sua fundação, em 2016, a Apan vem se consolidando como uma Associação de referência para o audiovisual negro brasileiro. Em 2016, a Associação criou o Lab Negras Narrativas, A Associação também criou o Apan Formações, que oferece minicursos, palestras, masterclass e demais processos formativos Já a plataforma TodesPlay é um streaming de filmes, séries e produções audiovisuais que tem como objetivo contribuir pela consolidação de um mercado mais plural.
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Em 2020, a Associação criou o Festival Internacional do Audiovisual Negro. De lá para cá, a Apan lançou também o Fundo de Amparo a Profissionais do Audiovisual Negro (FAPAN), e a Carta do Audiovisual Negro às Candidaturas Antirracistas, dirigida a candidaturas em níveis legislativo e executivo nas Eleições 2022 em todo o país.
QUEM É A APAN
A APAN é um Quilombo do Audiovisual e do Cinema Negro, tem como missão consolidar a presença de pessoas negras no audiovisual, promovendo nossas narrativas, transformando a percepção da sociedade em relação à negritude, combatendo o racismo estrutural e referenciando possibilidades de construção coletiva.
O pilar das ações da Associação é a valorização da negritude e a defesa dos interesses de uma perspectiva inclusiva, com atenção ao recorte racial em relação a todos os elos da cadeia produtiva audiovisual (concepção, produção, distribuição e exibição).
Atualmente, a Apan representa mais de 950 associados, divididos entre pessoas físicas e jurídicas, pautando seus interesses perante órgãos públicos, fundações, instituições e empresas privadas, no Brasil e no Mundo.
Para se inscrever o interessado deve ter mais de 18 anos, se autodeclarar afrodescendente, demonstrar experiência no setor audiovisual ou cultural com comprovação de sua produção ou participação em projetos nos últimos 3 (três) anos; ter os recursos necessários para acompanhar as aulas (Computador, tablet o celular, conexão a internet o plano de dados); ter uma ideia de produto audiovisual para desenvolver durante o programa.
Os melhores projetos audiovisuais concluídos durante a escola serão acompanhados pelos membros da APAN. Para saber mais sobre a FOCO, acesse o site da Apan e para realizar as inscrições, basta clicar aqui.
Via Ascom