Será lançado na próxima quinta-feira (25) a obra “Amém”, do multiartista Eris Colors, que tem como objetivo trazer cenas que representam o apagamento do povo negro dentro do cristianismo, em ideias e cenários diferentes. Desde a mulher da periferia, que passou a vida toda dentro das doutrinas cristãs, até cenas que representam jovens sendo induzidos na religião a força.
Segundo o artista, em questão de números, a religião mais negra no Brasil é a evangélica e o curta busca a fundo notar suas raízes e pontos de encontro com a comunidade negra. “Da mesma forma, a maldição colonial segue em pleno curso, destilando racismo religioso que, para além das tradições de matriz africana, opera também dentro das igrejas evangélicas”, aponta.
Eris Colors também reforça a tese de que as crianças negras e periféricas se sentem obrigadas a frequentarem templos religiosos que não são seus melhores espaços de convivência. Ele relembra sua trajetória dentro do catolicismo.
“Esta obra fala muito com minha criança interior, cresci em um lar católico e lembro da obrigação que eu tinha, desde criança, quando o assunto era ir para a igreja e seguir doutrinas. Acredito que toda criança e jovem preto ou preta não consegue se sentir verdadeiramente abraçada e acolhida em uma igreja católica, a sensação é sempre de algemas”, afirma Eris.
Eris é um artista preto da periferia de São Paulo, atua no audiovisual há seis anos. Nascido na cidade de Guarulhos (SP), no bairro do Pimentas, Eris decidiu passar a sua arte através das câmeras. Se destacou com seu projeto “Vendados”, que teve exposições e um mini doc na sessão ABC da Cinemateca Brasileira. Ele também tem projetos voltados a autoestima da comunidade negra e trabalhos com marcas como Nike, RedBull, Tinder, Adidas e etc.
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