Os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) realizaram o levantamento Diagnóstico da Gestão do Fogo nos Estados da Amazônia Legal e constataram que apenas 130 dos 808 municípios que formam a chamada Amazônia Legal possuem unidades do Corpo de Bombeiros, o que equivale a 16% do total de localidades.
A equipe do Ipam fez uma varredura nas estruturas programas de prevenção e combate aos incêndios nos nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão) e o resultado é queo combate ao fogo na região enfrenta dificuldades devido à insuficiência de brigadistas, agravada pela vasta extensão territorial e pelos desafios logísticos e de deslocamento.

Ainda de acordo com o estudo do Instituto, o Corpo de Bombeiros de cada estado da região conta com uma média de com 1.116 militares, número significativamente inferior ao de outras regiões do país. Para se ter uma noção da diferença, o Amazonas tem, em média, um militar para cada 140 mil hectares, já o Estado de São Paulo, com uma vegetação infinitamente menor que o estado nortista, tem um profissional para cada 2,8 mil hectares.
O ano de 2024 foi o mais catastrófico para o Brasil quando o assunto é incêndio florestal. De acordo com o World Resources Institute (WRI), pela primeira vez em 70 anos, os incêndios foram a principal causa da perda de florestas tropicais em todo o mundo. O planeta perdeu 30 milhões de hectares de florestas, uma área do tamanho da Itália. No Brasil, o fogo de 2024 causou a maior devastação de sete décadas.
Leia também: Comunidades indígenas alertam para risco de colapso no rio Alalaú
Em 2024, a Amazônica, por sua vez, foi o bioma mais afetado pelos incêndios, com 17,9 milhões de hectares queimados, quase a metade do total da área devastada pelo fogo no país. A pesquisadora acredita que a catástrofe de 2024 serviu para que a sociedade civil começasse a aplicar estratégias de controle dos incêndios.