O dramaturgo Adalberto Neto assina o roteiro do musical ‘A Fabulosa Fábrica de Música’, que estreou no último final de semana e está em cartaz até o dia 27 de outubro no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. O autor da peça, em conversa com o Notícia Preta, falou sobre os elementos que introduziu no texto da montagem infantil.
“Tem casal homoafetivo, tem a mulher preta que deixa o sonho de lado pois precisa trabalhar, tem a vaidade humana pois os elementos viram humanos e ficam vaidosos, eu falo de filho adotivo que se sente preterido, de TDAH, de pais separados que vivem brigando, e falo também que não existe criança burra e sim crianças com problemas em casa. Então são muitos debates para uma peça infantil. Mas é importante criar grandes cidadãos“, disse Adalberto.
O vencedor do Prêmio Shell de Teatro na categoria dramaturgia com o espetáculo “Oboró – Masculinidades Negras” em 2021, contou de ter se dedicado no texto, com a intenção de propor debates importantes, e brinca que fez um “militando só para baixinhos”, com os temas que inseriu na história.
“Eu chorei muito nesse processo, mas foi um show lindo!“, disse Adalberto sobre a estreia da peça, que vai rodar o Brasil em turnê, passando por São Paulo (SP), Congonhas (MG) e Brasília (DF).
Idealizado por Gustavo Nunes e Rose Dalney, ‘A Fabulosa Fábrica de Música’ é um projeto que apresentará uma série de espetáculos musicais que vão tratar do poder da música, seus diferentes ritmos e sua importância para a formação da identidade cultural ao longo da história escrita por Adalberto.
Este primeiro, que já está em cartaz, se chama “A Fabulosa Fábrica de Música – o musical”, e tem no elenco 11 atores, formado por 5 crianças (Enzo Pacifico, Pietro Cheuen, Esther Samuel, Bruna Negendank, Manu Estevão ) e 6 adultos (Du Herrera, Franciane Melo, Rômulo Weber, Carol Donato, Vitória Rodrigues, Rodrigo Fernando).
O musical é composto por canções originais e outras de diferentes épocas, desde composições de Beethoven até músicas contemporâneas de Gilberto Gil, Melim e Gloria Groove, entre outras.
O projeto, apresentado por Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, conta com patrocínio de LGA Mineradora, produção de Turbilhão de Ideias (“Cassia Eller, o musical”) e realização da Miniatura 9 (“Musical Mamonas”)
Segundo Adalberto Neto, a peça é totalmente voltada para a família. “Como não tenho filhos, apesar de gostar muito de criança, fiz um trabalho para que os pequenos gostem, obviamente, mas também para os pais e os meus amigos solteiros, todos saiam de lá felizes. É um espetáculo para toda a família”, explica ele, que continua:
“É um espetáculo em que, acredito, os pais não vão ficar no celular se distraindo enquanto o filho assiste. Eles também vão gostar, e os adultos que não tem filhos, todos vão sair de lá contemplados”.
Leia também: Peça ‘James Baldwin – Pode um Negro Ser Otimista?’ estreia em São Paulo
