Acusado de assassinar gari pede ajuda a ex-coronel da PM

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O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, réu confesso do assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, enviou mensagens para um ex-coronel da Polícia Militar, pedindo ajuda. O contato foi feito no momento em que o suspeito foi abordado pelos policiais, no estacionamento de uma academia de alto padrão, horas após o delito.

“Amigo, você poderia me dar uma ajuda? Estou cercado por ‘PMs’ dizendo que eu cometi um homicídio hoje pela manhã”, escreveu Renê ao ex-Coronel. As conversas foram recuperadas pela Polícia Civil, e revelam que o “amigo” do acusado, em diálogo com os agentes, afirmou ter pedido “cautela”.

Essas mensagens fazem parte da apuração realizada pela Polícia Civil, que levou à acusação de Renê por homicídio qualificado, com dois agravantes: motivação fútil e impossibilidade de defesa por parte da vítima, além de crimes associados a ameaças e posse ilegal de arma.

Conversa entre o réu e o ex-Coronel. Foto: Reprodução.

“Fique calmo. Pelo que entendi, estão averiguando. Muito inicial. Solicitei cautela na abordagem dos fatos. Me dê notícias”, disse o ex-coronel ao réu. “Estou surpreso. Desculpe ter incomodado, meu presidente”, escreveu o empresário. “Não incomoda em nada, tudo vai ser esclarecido”, concluiu o coronel aposentado. Após ser questionado sobre sua esposa, Renê confirma que ela estava com ele.

O ex-coronel então questiona a possibilidade de se comunicar com o tenente encarregado do caso e, em seguida, o aplicativo de mensagens registra uma chamada de voz que durou aproximadamente 2 minutos, indicando que uma conversa pode ter ocorrido. Contudo, segundo o relatório do inquérito, não é possível determinar se o ex-coronel realmente efetuou essa ligação. Ele foi, até 2024, o Diretor-Geral do Instituto de Previdência dos Servidores Militares.

Cerca de uma hora após sua apreensão, o réu enviou mensagem para sua esposa, a Delegada Ana Paula Balbino Nogueira, indicando que não entregasse a arma 38 milímetros. “Entrega a nove milímetro. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada”, completou o réu que, dias depois, confessou ter cometido o assassinato após uma confusão de trânsito. “Ana Paula, por sua vez, não o respondeu, tampouco anuiu com o seu ‘plano'”, completa o inquérito da Polícia.

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Púrpura Santana

Púrpura Santana

Púrpura é uma multiartista paraibana, escritora, atriz e roteirista, que traz consigo um domínio peculiar sob as palavras.

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