O chamado “tarifaço”, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afetará diversos produtos brasileiros, com uma lista de exceções de 700 itens. O açaí, cultivado no Pará, que corresponde a aproximadamente 90% da produção do Brasil, está fora dessa isenção. A medida afeta diretamente cerca de 300 mil trabalhadores da área, com diminuição no número de exportações, afetando a economia local. O Pará segue como o maior gerador e exportador de açaí do país.
Nesta quarta-feira (30), Trump assinou o decreto, estabelecendo a tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, somando agora 50%, no total. A medida entra em vigor a partir de 6 de agosto. O aumento dos impostos torna os produtos brasileiros mais caros, reduzindo consideravelmente o volume de exportação, impactando a indústria do açaí no pais, e consecutivamente seus respectivos produtores.
Em 2024, as exportações de açaí ultrapassaram 8 mil toneladas, com destaque para as produções das cidades Igarapé-Miri, Cametá e Abaetetuba, no Pará, como apontam os dados coletados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
O açaí vem conquistado destaque no cenário internacional como um “superalimento” e diversas outras aplicações comerciais. O supervisor técnico do DIEESE no Pará, Everson Costa, ressalta que a diminuição em potencial nas exportações de açaí podem gerar consequências sociais significativas para os trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente, à cadeia produtiva da fruta na região.
“O prejuízo afetaria principalmente o elo mais fraco da cadeia, formado por ribeirinhos, quilombolas e pequenos produtores que dependem do açaí como principal fonte de renda”, explica ele.
Ainda segundo Everson, supervisor técnico do DIEESE no Pará, essa nova tarifa pode acentuar as desigualdades sociais, além de ameaçar a viabilidade econômica das comunidades tradicionais localizadas na Amazônia, que, há várias décadas, se envolvem na extração e comercialização da fruta.
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