Conhecido por cantar raps que levam letras que expressam liberdade e revolução, Mano Brown conversa com a escritora Conceição Evaristo nesta quinta-feira (15) no oitavo episódio do podcast Original Spotify Mano a Mano.
Com assuntos como literatura, música, racismo e machismo, o apresentador e a convidada mostram ter a escrita como algo em comum. Escute aqui.
Durante a conversa, a escritora brasileira, que teve uma carreira como pesquisadora-docente universitária e ficou conhecida por ser uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil, conta como a história de um tio que foi maltratado a inspirou a escrever o livro Becos da Memória.
“Para mim, a literatura também é um espaço de vingança. Não só pelo texto em si, mas para toda a minha família”, afirma a escritora. “Eu sempre digo que a minha literatura me persegue desde o ventre materno, quando eu e minha mãe íamos trabalhar em casa de família. Hoje, ter a oportunidade de estar em um livro que trata de escritores mineiros e ter meu nome na mesma obra de autores que foram patrões da minha mãe é uma realização”, completa.
Após o relato das memórias de infância de Conceição, Mano Brown fala sobre as suas. “Eu nunca deixei de recorrer à minha infância para solucionar problemas atuais. Sempre busco algum defeito meu que começou lá. E as melhores memórias também busco lá na infância”, comenta.
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Permeando assuntos marcantes, durante a conversa a entrevistada mineira comenta que frequentemente é colocada na posição de “uma escritora negra”, como se sua raça fosse destacada o tempo todo como uma extensão de seu nome. “Uma das melhores escritoras negras… Raramente se diz uma das melhores escritoras da literatura brasileira. Esse ‘negra’ está sempre colado”, cita.