A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anuncia programa de combate ao racismo no esporte em parceria com o Ministério do Esporte, focado em atletas brasileiros que atuam tanto no Brasil quanto no exterior. A iniciativa vem após o caso de racismo envolvendo o jogador de futebol Vinicius Jr., do Real Madrid, em fevereiro deste ano. A ministra destaca que o nome do programa ainda não foi definido, mas que os detalhes serão divulgados em breve.
Segundo a imprensa espanhola, o brasileiro afirmou que se sentiu ofendido pelos gritos racistas na partida. As imagens foram captadas por um canal de TV espanhol que flagrou um torcedor gritando para o atacante: “Vinicius, macaco! É um p*** macaco”.
A LaLiga, liga do campeonato espanhol, pediu punição para o torcedor que cometeu o ato de racismo contra Vinicius Jr. no jogo contra o Mallorca. O torcedor foi multado em 4 mil euros e suspenso de recintos esportivos por 12 meses.
A ministra também menciona a importância da comunicação na luta contra o racismo no esporte e lembra de um episódio em que sofria discriminação durante suas atividades esportivas na infância. Além disso, durante sua visita a Portugal, ela conversou sobre o tema com a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e mencionou outros casos de discriminação e xenofobia envolvendo a comunidade brasileira em Portugal.
Os dados do Relatório Anual sobre a situação da Igualdade e Não Discriminação Racial e Étnica, de 2021, da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), destacam que os brasileiros são a parcela que mais sofre hostilidade em Portugal. A nacionalidade brasileira é o principal fator de discriminação nas queixas apresentadas, seguida pela cor da pele e a origem étnico-racial. O relatório destaca ainda que a cor da pele negra é a raiz da discriminação em 15,9% dos casos identificados no país.