Pobreza é maior entre pretos e pardos no Brasil, diz IBGE

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O número de pretos e pardos, que compõem a população negra do país, é maior que o dobro da proporção de brancos que estão na linha de pobreza do Banco Mundial. A taxa de pobreza das pessoas brancas era de 15,4% contra 32,9% das pretas ou pardas. Se for considerada a linha de extrema pobreza, que engloba pessoas que vivem com menos US$ 1,90 por dia, a desigualdade também é nítida, sendo de 3,6% de pessoas brancas e 8,8% de pessoas pretas ou pardas. É o que aponta o informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

8,8% de pessoas pretas ou pardas vivem com menos de US$ 1,90 – Foto: Divulgação

Atualmente, os negros representam 55,8% da população brasileira e 54,9% da força de trabalho. No entanto, o informativo que reúne dados de diversas pesquisas, como a Síntese dos Indicadores Sociais, o Censo e, principalmente, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Contínua (Pnad Contínua) de 2018, aponta a grave desigualdade racial no Brasil.

O estudo que gerou o informativo revela que pretos e pardos estão mais na informalidade. Enquanto 34,6% de pessoas brancas se encontram em condições informais de trabalho, o número sobre para 47,3% entre pretos e pardos. Negros também são maioria entre trabalhadores desocupados 64,2% ou entre os subutilizados, que são 66,1%.

Quanto a ocupação em cargos gerenciais, os negros são a minoria ocupando apenas 29,9%. Já pela divisão de trabalhadores por níveis de rendimento, 11,9% dos maiores salários gerenciais são pagos a trabalhadores pretos e pardos, enquanto essa população ocupa 45,3% dos postos com menor remuneração.

Segundo o analista de indicadores sociais do IBGE, João Hallak, o cenário tem reflexos nos rendimentos mensais. Os negros representam 75,2% da parcela da população com os menores ganhos e apenas 27,7% dos 10% da população que tem os maiores rendimentos registrados pelo IBGE. Ao considerar o gênero na análise, a desigualdade para mulheres pretas ou pardas ainda é maior do que de homens negros e pardos em comparação com homens brancos. As mulheres pretas ou pardas recebem 44% dos rendimentos dos homens brancos, em média. Já os homens negros ganham 56,1% dos rendimentos de um homem branco. 

Em média, os homens negros ganham 56,1% dos rendimentos de um homem branco – Foto: Divulgação

A desigualdade no mercado de trabalho também reflete nas condições de moradia. Pretos e pardos são maioria em domicílios sem sequer serviço de saneamento, como coleta de esgoto, de lixo e fornecimento de água. A proporção é de 44,5% entre pretos e pardos para 27,9% entre pessoas brancas.

O IBGE destaca que o informativo mostra a desigualdade entre a população negra – pretos e pardos – e branca. Juntos, esses grupos somam 99% da população brasileira. Amarelos e indígenas não tiveram representação estatística suficiente para serem considerados nesta análise amostral.

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