Nesta terça-feira (21), o jornal americano “Washington Post” divulgou imagens da morte do queniano Irvo Otieno. O caso aconteceu no Condado de Dinwiddie County, Virgínia (EUA), no dia 6 de março, mas só agora se tornou público. No vídeo da câmera de segurança é possível ver policiais e funcionários do Hospital Estadual Central imobilizando Irvo, que já estava com braços e pernas algemados.
Ele foi pressionado contra o chão por cerca de 11 minutos, até desfalecer. Em seguida, o grupo tentou reanimá-lo. O queniano foi colocado sob ordem de custódia no dia 3 de março, acusado de um possível roubo. Três dias depois, ele seria transferido da prisão do condado para uma unidade psiquiátrica porque tinha uma doença mental. De acordo com o relatório legista preliminar o homem morreu por asfixia.
O queniano tinha uma doença mental. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação via Reuters
Segundo informações do escritório da procuradora Ann Cabell Baskervill, os oficiais alegaram que precisaram usar a força física porque Irvo teria sido “combativo”. Ao todo, sete policiais e três funcionário envolvidos foram presos, acusados de homicídio em segundo grau, quando não há intenção premeditada de matar. O gabinete do xerife local investiga o assassinato.
Família em choque
Irvo Otieno tinha 28 anos, imigrou para os Estados Unidos aos quatro anos, junto com a família. Em uma entrevista coletiva, Caroline Ouko, mãe do rapaz, afirmou que o filho teve um tratamento desumano.
“Meu filho foi tratado como um cachorro. Pior que um cachorro. Meu filho foi torturado(…). Problemas mentais não deveriam ser um tíquete para a morte”, desabafou Caroline, após a divulgação do vídeo.
O advogado da família, Ben Crump, comparou a morte de Irvo ao caso de George Floyd, assassinado em 2020, por agentes de segurança. A morte de Floyd gerou protestos nos EUA e pelo mundo. Em entrevista, Crump disse que Otieno não estava resistindo, assim como Floyd, “Ele estava tentando respirar”.
Advogado e familiares em coletiva de imprensa. Foto: Divulgação
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