O técnico de um time de futsal feminino de Fortaleza, acusado de praticar abuso e violência sexual contra jogadoras, foi denunciado por uma das garotas após ter sido ameaçada de morte caso não se saísse bem em uma partida.
Em um áudio enviado à jogadora, o treinador disse: “Deixa a *** com as bobagens dela que o c* dela é cabeludo. Ela não raspa nem o c* dela. Tu não. Se tu ficar com bobagem aí, eu mando te matar, viu?”. Uma das vítimas também relatou que o treinador a tocou várias vezes nas partes íntimas sem o seu consentimento.
As jogadoras afirmaram que os assédios ocorriam durante os treinos da equipe. O advogado do treinador afirmou que ele só irá se manifestar “em momento oportuno” e que ainda não foi intimado a depor sobre o caso. Segundo a defesa, as acusações são apenas “o que as jogadoras acham se tratar de assédio”.
A Polícia Civil está investigando o caso como crime contra a dignidade sexual. A Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) está responsável pela investigação. Uma das vítimas relatou que o treinador pedia que as atletas deitassem em camas e deitava sobre elas, justificando o ato como parte de um “trabalho de ‘aceleramento’ de coração”.
“Ele mandava a gente deitar na cama e ele deitava por cima da gente. No meio do que ele se deitava por cima da gente, ele meio que fazia gestos e pinava na gente como se tivesse em uma relação sexual. Em todo tempo a gente pedia para ele parar e ele não saía”, contou a vítima.
Outra jogadora afirmou que o treinador passou uma pomada em sua virilha e chegou a tocar em sua parte íntima quando ela trocou de shorts devido à dor no tornozelo. Em um vídeo divulgado, o professor faz uma massagem nas coxas da jogadora, aproximando a mão da virilha. Quando percebe que está sendo filmado, ele tira o celular da jogadora.
A atleta também afirmou que o treinador tocava em sua cintura, dava “tapas na bunda” e passava a mão em suas pernas. Todas as outras jogadoras da equipe também passaram por essas situações. A jovem relatou que sempre pedia para o treinador parar, mas não saía de perto dele devido às ameaças.
“Eu sempre pedia para ele parar, só que eu não saía por causa de uma ameaça que ele fez a mim; se eu contasse para alguém eu ia sair do time, ele ia fazer muito pior com as meninas, e eu tinha uma irmã de 13 anos lá”.
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A equipe feminina treina em uma antiga escola no centro de Fortaleza, onde ocorreram os casos de abuso, segundo a denúncia. A Polícia Civil informou que mais detalhes serão repassados em momento oportuno para não comprometer as investigações.
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