Estudo revela que 54% dos moradores de favelas se identificam com o carnaval

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O levantamento “Persona Favela Carnaval”, realizado pelo Nós – o Novo Outdoor Social, revela as preferências do público das favelas e periferias brasileiras, e o que eles pensam, consomem e gostam de fazer neste período de folia.

Entre os entrevistados, 54% dizem apreciar as comemorações do carnaval, e este número aumenta quando se trata de jovens e nordestinos. 62% afirmam que adoram os desfiles, bloquinhos e as festas carnavalescas. Outros tantos preferem aproveitar essa época de maneira diferente.

62% dos moradores de favelas do Nordeste adoram a folia do carnaval – Foto: Brasil com S

37% dizem que aproveitam o feriado de carnaval para descansar, 23% vão a bares e festas, e 16% programam viagens com a família. Também é o período em que muitos moradores de favelas aproveitam a movimentação dos turistas e festas para fazer um dinheiro extra, seja trabalhando nos barracões de escola de samba, em blocos carnavalescos, ou até mesmo vendendo bebidas e alimentos para quem está participando da farra.

“Não existe carnaval brasileiro sem favela. No Rio de Janeiro, depois de tantas perseguições ao samba, ele foi reconhecido como parte da identidade do que hoje consideramos ‘ser carioca’, uma cultura exportada para o mundo todo. Tanto que, no mesmo local onde aconteceram as primeiras rodas de samba, foi construído o sambódromo da Marquês de Sapucaí”, explica a CEO do NÓS, o Novo Outdoor Social, Emília Rabello.

É sobre isso que o Novo Outdoor Social trata, de unir o poder econômico das grandes marcas, com esse poder criativo e inovador de dentro das comunidades”, acrescenta.

Preferências Regionais

Alguns desses nomes de blocos surgem espontaneamente dentro das comunidades e reúnem grandes públicos, mesmo que às vezes ainda tenham pouca atenção da mídia. Os blocos preferidos pelas favelas de Salvador (BA), por exemplo, são todos de dentro das periferias, e desfilam no tradicional circuito carnavalesco soteropolitano.

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Em Recife (PE), terra do frevo e do maracatu, o fenômeno se repete, assim como em outras capitais pesquisadas no Nordeste e Norte do país. Já na Região Sul do país, as escolas de samba são as preferidas das favelas de Porto Alegre (RS; em Curitiba (PR), os blocos comunitários também se destacam.

“Nossa função no NÓS é aproximar o mercado desse público consumidor e difusor de novas ideias. Muitos desses blocos ainda precisam de maior visibilidade, mesmo reunindo grandes públicos, ainda tem um potencial enorme para crescerem e com isso fazer a sua empresa aparecer positivamente para as comunidades e para fora delas”, comenta Emília.

“O carnaval tem essa identificação direta com símbolos e culturas locais, e as marcas podem aproveitar para patrocinar, e assim, associar seus produtos e serviços ao inconsciente coletivo das pessoas”, completa.

A pesquisa ouviu 441 pessoas, em todas as regiões do país, entre os dias 10 e 18 de novembro de 2022. Possui uma margem de erro de 5% e um nível de confiança de 95%.

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