Mãe encontra lixo em caixão do filho que morreu sem atendimento em 6 unidades de saúde

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Após perder o filho por falta de atendimento em seis unidades de saúde de São Paulo, a mãe de Vitor Augusto Marcos de Oliveira, Andreia da Silva, sofreu mais um choque na tarde da última quarta-feira (11), ao descobrir que o caixão do filho havia sido preenchido com lixo.

Na urna foram colocados caixotes de madeira, pó de serra aparente e folha de jornal para que o corpo do jovem ficasse nivelado dentro da estrutura. Revoltada, Andreia desabafa. “Eu não tinha descoberto essa fraude. Brincaram de novo com o peso do meu filho. Mais uma vez, gordofobia. Meu filho estava em cima do lixo”, diz em um vídeo postado nas redes sociais.

Vitor Morreu no dia 6 de janeiro, em SP – Foto: Reprodução Redes sociais

Vitor morreu dentro de uma ambulância, em frente ao Hospital Geral de Taipas, na Zona Norte de São Paulo, após ter o atendimento negado em seis unidades de saúde, por não terem equipamentos para tratar pessoas obesas.

Em nota, a funerária Trianon disse que não foi a responsável por preparar o corpo e o caixão e foi contratada apenas para fazer o transporte. A funerária informou também que a Cooperaf, uma cooperativa de tanatopraxia, foi a responsável pela preparação do corpo de Vitor.

Procurada pela reportagem do Notícia Preta, a Cooperativa ainda não havia retornado nosso contato via email ou atendido o telefone até o fechamento desta matéria.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), Lourival Panhozzi, disse que os produtos utilizados no nivelamento do corpo dentro do caixão estão fora dos padrões estabelecidos pela Associação.

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“Primeiro: uma urna do tamanho adequado deveria ter sido usada. Colocaram uma de tamanho superior à necessidade. Segundo: o preenchimento do fundo da urna, quando necessário, jamais pode ser feito com restos de materiais. O corpo foi apresentado à família de maneira inadequada”, afirma Panhozzi em entrevista ao G1.

Entenda o caso

O jovem  Vitor Augusto Marcos de Oliveira, 25, morreu após três paradas cardíacas, pois hospitais da  região  não apresentaram suporte qualificado para pessoas com obesidade. Ele ficou três horas em frente ao Hospital Geral de Taipas, Zona Norte de São Paulo, dentro de uma ambulância sem receber atendimento. 

Marcos começou a passar mal na manhã de quinta-feira (05), prontamente junto a família foram ao médico, mas não receberam suporte qualificado. Antes de ser encaminhado para o hospital geral ele e sua família passaram por outras duas unidades hospitalares.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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