Cerca de 17,1 milhões de pessoas vivem nas favelas brasileiras, segundo dados do Instituto Locomotiva, em parceria com o Data Favela e a Centra Única das Favelas (Cufa). Os moradores de favela representam 8% da população nacional. Em meio essa multidão de pessoas que sonham com a frase “a favela venceu” estavam 11 jogadores da Seleção Brasileira.
Antony, Richarlison, Gabriel Jesus, Casimiro, Fred Rodrigues, Danilo, Thiago Silva, Marquinhos, Ederson, Alisson e Vinicius Jr são crias de favela e periferia que hoje vestem a camisa da Seleção e buscam o hexa para o Brasil.
Vinícius Jr, cria de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, deu os primeiros passos no esporte na escolinha do Flamengo, aos dez anos. Aos 14, mudou-se para Piedade, na Zona Norte do Rio, onde foi morar com o tio Ulisses. O objetivo de Vinícius era ficar mais perto do Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, onde o jovem foi destaque no sub-15 do Rubro-Negro da Gávea. O talento do meninos despertou o interesse do Real Madrid, que logo fisgou o atleta por R$ 164 milhões. Hoje, o passe de Vini, que é tido como o segundo mais valioso do mundo, é de R$ 1,2 bilhão. O primeiro é o inglês Jude Bellingham.
O goleiro Alisson, titular da seleção, cresceu em um dos maiores conjuntos habitacionais do Brasil, o Loteamento Novo Mundo, em Canudos, bairro de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Hoje o defensor do Liverpool, recebe R$ 4 milhões por mês.
O também goleiro Ederson foi criado na periferia de Osasco, no bairro Rochdale. Hoje ele defende o Manchester, onde recebe R$ 1,8 milhão por mês.
O zagueiro Marquinhos é cria da periferia de Imirim, na Zona Norte de São Paulo. Em 2013, o zagueiro foi vendido ao time do Roma por cera de 8,2 milhões de reais. No mesmo ano Marquinhos foi vendido ao Paris Saint-Germain por um valor aproximado de 31,4 milhões de euros. Atualmente o valor de mercado do jogador é R$ 420 milhões.
Thiago Silva é de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Em 2005, na Rússia, Thiago teve um diagnóstico de tuberculose, foi hospitalizado em condições precárias e quase perdeu parte do pulmão, fruto de uma saúde que demandou cuidados que ão foram possíveis pela falta de recursos na infância. Jogador do Chelsea, ele tem hoje um dos maiores salários do futebol europeu: R$ 6 milhões por mês.
O zagueiro Danilo é nascido e criado em Bicas, interior de Minas Gerais. Seu pai é caminhoneiro e foi um dos maiores incentivadores do atleta, era ele quem levava Danilo para se apresentar em escolinhas e clubes até conseguir uma chance num time de Juiz de Fora, a 40 km de sua casa. Hoje atuando pelo Juventus, recebe em torno de R$ 2 milhões por mês.
Fred Rodrigues, que está em sua segunda Copa do Mundo, passou a infância num conjunto habitacional na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Atualmente Fred joga no Manchester, clube para o qual foi vendido por aproximadamente R$ 310 milhões. Atualmente ele recebe no Manchester R$ 112 milhões por temporada.
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Casemiro, o autor do gol do Brasil contra a Suiça, nasceu e cresceu em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Casemiro percorria mais de 100 quilômetros para ir até a capital todo dia. Seus pais se separaram quando ele tinha apenas três anos. Crescendo ao lado da mãe, acompanhou as batalhas diárias de Dona Magda, que era diarista, para sustentar os filhos.
O atacante Gabriel Jesus é cria do Jardim Peri, uma comunidade de São Paulo. Ele cresceu jogando num campinho de terra seca e batida do presídio militar Romão Gomes, em Tremembé, na Zona Norte da cidade, quando foi descoberto, aos 8 anos. Jesus vale hoje cerca de R$ 450 milhões no Arsenal.
Richarlison, também conhecido como Charlinho para os mais próximos, nasceu em Nova Venécia, no Espírito Santo. Por conta do seu pai, sempre teve uma relação muito forte com o esporte e quando pequeno tinha o sonho de entrar em uma escolinha de futebol, porém ela ficava em outra cidade. Hoje o pombo preferido da torcida brasileira recebe em média R$ 150 mil por dia no Tottenham.
Como diz Celso Athayde, fundador da Cufa “favela não é potência, favela é potência”. Uma potência que, além de ser berço de diversos craques do futebol nacional, movimenta R$ 119,8 bilhões em renda própria por ano. O valor supera a massa de renda de 20 das 27 unidades da federação e é maior que o consumo de vizinhos sul-americanos, como Bolívia, Uruguai e Paraguai.
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