Após seminário contra racismo, CBF convida Cocielo para Copa do Mundo: influenciador responde processo pelo crime

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) convidou, na última quarta-feira (26), um “time” de influencers para compor a delegação da entidade na Copa do Mundo do Catar 2022. Entre eles, está o Youtuber Júlio Cocielo, que é réu em um processo de racismo.

Foto: Reprodução YouTube

O que chama atenção no convite da CBF a Cocielo, e que gerou muitas reações negativas nas redes sociais é que, em agosto deste ano, a entidade promoveu o Seminário Contra o Racismo e a Violência nos Estádios, onde foi apresentado o Relatório Anula da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol.

Na ocasião, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, disse que a CBF tem compromisso contra o racismo. “O nosso compromisso é de dedicação permanente e sabemos que teremos muito trabalho pela frente!”, afirmou o mandatário.

Entenda Melhor

Durante o jogo França e Argentina, em junho de 2018, partida válida pela Copa do Mundo da Rússia, Cocielo escreveu em seu Twitter que o atacante francês “Mbappé faria arrastão top na praia”. Antes disso, em 2013, o mesmo Youtuber fez outro comentário racista na rede social. “Gritei VAI MACACA pela janela e a vizinha negra bateu o portão pra me dar bronca”.

Foto: Reprodução/Twitter

Lá no ano de 2011, Cocielo fez um postagem e logo depois apagou. Nela, ele dizia que era necessário “exterminar” os negros. “O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”, escreveu.

Mesmo diante de todas as postagens do influencer, a Justiça entendeu que não houve atos de racismo ou injúria racial por parte do Youtuber. Em julho de 2021, o juiz Caramuru Afonso Francisco, da 18ª Vara do Foro Central Cível, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), suspendeu a multa de R$ 7,5 milhões aplicada ao YouTuber Júlio Cocielo por comentários racistas realizados contra o jogador Kyllian Mbappe, na Copa do Mundo em 2018.

Para Caramuru Afonso, Júlio não defendeu a supremacia racial e não foi racista ou discurso de ódio de potencialidade ofensiva. Ainda segundo o magistrado, ele fez uma piada ao estereótipo, levando a sociedade para uma reflexão e não com teor racista. “Uma sociedade que se diz fraterna, mas que também prima pela liberdade e que jamais pode compactuar com a imposição do discurso politicamente correto”, defendeu.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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