Paralisia infantil: baixo índice de crianças imunizadas preocupa organizações sanitárias

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Crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 são vacinadas no posto de saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, zona norte do Rio, para receber a dose contra a pólio e contra o sarampo. Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

Apenas 54% das crianças de 0 a 4 anos receberam a vacina contra a paralisia infantil, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). A meta, de acordo com a pasta, era de que o Brasil ultrapassasse os 94% de imunizados durante a cobertura vacinal até o final deste mês. Em combate à doença, o estado do Rio Grande do Sul já anunciou que vai prorrogar o prazo da campanha pela segunda vez.

No início do mês, o Ministério da Saúde estendeu o prazo de vacinação para até o dia 30 de setembro. Desde o fim de agosto, porém, a adesão pelo imunizante não obteve o acréscimo mínimo de 35% que era o esperado. O boletim divulgado na quarta-feira (28) pelo MS mostra que apenas 54% das crianças de 0 a 4 anos receberam a Vacina Inativada Poliomielite (VIP).

Nenhum estado brasileiro ultrapassou a marca de 87% da cobertura vacinal / Foto: REUTERS/Afolabi Sotunde

Dentre as 27 uniões federativas, nenhuma ultrapassou a marca de 87% da cobertura vacinal. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde ocorreu assim que divulgada a campanha de multivacinação, que teve início em 8 de agosto.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de crianças em idade menor que 5 anos totaliza aproximadamente 14 milhões de brasileiros. Os resultados da cobertura vacinal registram que, até o momento, restam cerca de 6,4 milhões de crianças a serem imunizadas pela Vacina Inativada Poliomielite (VIP), ou pela Vacina Oral Poliomielite (VOP), a famosa “gotinha plim-plim”, destinadas à crianças a partir de 1 ano de idade.

Os dados preocupam também as organizações internacionais de saúde. A poliomielite, doença que afeta o desenvolvimento infantil, foi erradicada em 1994. Na época, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atestou erradicação do poliovírus em toda a América. Desde 2016, porém, os dados mostram um alerta de crescimento no número de casos.

“As Américas se tornaram a primeira região global a eliminar a pólio (…) as taxas de vacinação decrescentes, agravadas pela pandemia da COVID-19, deixaram muitas de nossas populações desprotegidas”, salientou a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne.

Campanha de Multivacinação

Em 8 de agosto deste ano, o Ministério da Saúde iniciou campanha sanitária nos postos de saúde de todo o Brasil. O objetivo da ação foi o de assegurar que o Calendário Nacional de Vacinação de todos os brasileiros esteja em dia.

Além das vacinas contra a paralisia infantil, o Governo anunciou a disponibilização de outros 17 imunizantes que estarão disponíveis até dia 30 de setembro nas maiorias das regiões do país.

São eles: Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba), Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano), dT (dupla adulto) e Meningocócica ACWY (conjugada).

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