Nas eleições de 2018, o WhatsApp foi um dos grandes disseminadores das chamadas Fake News e, nesta quinta-feira (22), o Instituto Reuters, entidade ligada a Universidade de Oxford, na Inglaterra, divulgou uma pesquisa revelando que 53% dos entrevistados confiam nas notícias recebidas no aplicativo de mensagem.
Outro ponto que a pesquisa abordou é em relação à credibilidade de outras fontes de informação. Notícias acessadas via Google têm 57% de aprovação, seguido por YouTube (46%), Facebook (40%) e Instagram (39%) de confiança. A pesquisa fez duas perguntas, se os entrevistados “confiam muito” e “confiam um pouco” nos canais de notícias.
“Os brasileiros usam o WhatsApp com frequência por várias razões, incluindo se informar”, afirma a principal autora do estudo, Camila Mont’Alverne, em entrevista à Folha de SP. “E nossos resultados qualitativos, publicados no início do ano, também mostram que familiaridade é um motivo importante para a confiança. O fato de serem plataformas que as pessoas utilizam bastante e nas quais veem uma utilidade provavelmente está conectado com os níveis de confiança”, completa.
Por outro lado, a mesma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que apenas 20% dos entrevistados confiam em notícias recebidas pelo WhatsApp. Além disso, o relatório mostrou também que somente 27% dos brasileiros confiam na cobertura jornalística da política nacional, enquanto nos EUA a confiança é de 41%, no Reino Unido 45%, e na Índia, 67%.
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“Os resultados do Brasil são tão mais baixos que nos outros países. Há uma combinação de fatores nesse caso. Primeiro, o ambiente político conturbado e a campanha duradoura de descredibilização do jornalismo profissional, com especial incentivo ao ceticismo sobre a cobertura política”, analisa Camila Mont’Alverne.
Ao todo, foram entrevistadas 2.000 pessoas entre os meses de junho e julho deste ano, em todas as regiões do país.
