Coletivo de mulheres negras de BH lança vídeo denúncia sobre a importância do recorte racial na primeira infância

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“Erês e Kunumins: brincar, educar e (r)existir!” é o nome do vídeo lançado pelo Nzinga Coletivo de Mulheres Negras. O produto audiovisual é uma denúncia à falta de políticas públicas focadas na primeira infância, além de ser a uma ferramenta educativa sobre os impactos do recorte racial nas crianças, lançado nesta quarta-feira (14), às 20h.

Erês Enzo Daniel Amorim Santos e Eliz Eloá Amorim Santos – Foto: Ricardo Laf.

Como o racismo afeta e prejudica a vida e desenvolvimento de crianças negras, indígenas, quilombolas e de terreiro? Esse é o questionamento que direciona o vídeo denúncia desenvolvido pelo Coletivo que há 35 anos  atua no enfrentamento ao racismo em Belo Horizonte (MG).

O lançamento do vídeo faz parte das ações do projeto “Primeira Infância no centro: garantindo o pleno desenvolvimento infantil a partir do enfrentamento ao racismo”. Esta é uma iniciativa em desenvolvimento por um grupo articulador composto de 11 organizações nacionais como o Nzinga Coletivo, o Geledés Instituto da Mulher Negra, Porticus Latin America, dentre outras. 

Para desenvolver as estratégias de incidência local, a primeira ação realizada pelo grupo foi um levantamento sobre as políticas públicas dos municípios, estados e governo federal focadas na primeira infância. Cada organização ficou responsável por fazer essa análise em suas localidades e a partir disso, desenvolver ações de incidência e advocacy. 

O vídeo estará disponível a partir das 20h desta quarta-feira, no Canal do YouTube do coletivo.

Teaser do vídeo

O vídeo denúncia chega para ressaltar a necessidade de olharmos não apenas para esse ciclo, mas de nos atentarmos à primeira infância com uma perspectiva antirracista. A narrativa do filme destaca como o racismo estrutural afeta essas crianças desde o ventre, e como isso se arrasta por toda a vida. Essa realidade é apresentada com relatos de entrevistadas como educadoras, que trabalhavam na rede de ensino e já se depararam com crianças “pintando” o corpo de creme dental para apagar a cor de sua pele. 

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“Já vi casos de crianças que queriam trocar de pele, ou lavar a pele até ficar branco, ou até  mesmo arrancar sua pele. E não é porque elas não gostam de ser negras, é porque elas querem evitar a dor da violência racial que é insuportável”, destaca uma das entrevistadas, Larissa Amorim Borges, psicóloga clínica e social, doutora e mestre em psicologia social. O vídeo denúncia também conta com a participação de nomes como Macaé Evaristo, professora, além de psicólogas, educadoras da rede pública e da UFMG, e representantes do Nzinga Coletivo que estão à frente do projeto. 

Para assistir o vídeo e conhecer melhor o trabalho do Nzinga Coletivo, acesse o perfil do Instagram.

  

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