A Federação das Organizações índigenas do Rio Negro (Foirn), denunciou o pedido de autorização de 60 processos de mineração feitos a Agência Nacional de Mineração (ANM) para exploração em territórios tradicionais no médio e alto Rio Negro, localizados no Amazonas. Se forem autorizados, os processos de mineiração colocam em risco em torno de 45 mil vidas indígenas e de moradores da região, além de atingir diretamente áreas de proteção ambiental.
O processo teve iniciativa de uma ação popular que luta pela suspensão de atividades de exploração mineral em terras de povos originários. O local conhecido como “Cabeça de cachorro” é situado na capital São Gabriel da Cachoeira, cidade com a maior população indígena composta por 76,6% e soma 23 etnias que habitam 750 comunidades.
As organizações comentam no documento elaborado pela Foirn, os impactos gerados pelo garimpo do ouro previsto nessas regiões: “O rio, além de ser fontes de recursos naturais para estes povos, compreende a dimensão da territorialidade ancestral dos indígenas que milenarmente ocupam a bacia do Rio Negro”.
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Segundo o presidente da Foirn, Marivelton Barroso “os mais afetados seremos nós. Não são o governo, as empresas, a sociedade urbana, mas a gente que está dentro do território. Não temos proteção do Estado, e o assédio acaba chegando às comunidades”, conta em entrevista para à Folha de S.Paulo.
A petição ocorre na Justiça federal diante das autorizações da exploração de minérios em terras indígenas e pode englobar também a àrea ambientais do Parque Nacional do Pico da Neblina e a Floresta Nacional do Amazonas.
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