Por Marina Lopes
Os jogadores do clube Herkules de handebol de Guarulhos, região Metropolitana de São Paulo, sofreram ataques racistas e xenofóbicos, na conquista do título Mundial de Clubes Partille Cup, na categoria sub-15 na grama. O caso aconteceu na Suécia, quando um menino se aproximou do goleiro e começou a imitar macaco para desconcentrá-lo da partida.
A vítima, o goleiro Gabriel Ferreira, conta em entrevista ao Globo Esporte (GE), que os ataques começaram no fim do jogo. “Até então estava tudo bem, o jogo estava bem disputado, porém foi chegando o final e estávamos ganhando. Tinha um pessoal que joga nesse time (os adversários), porém eles eram mais velhos, do sub-16. Eles estavam atrás do meu gol e me tirando a atenção, mas eu não estava dando bola. Até que um menino passou mais perto de mim disse ‘Monkey, monkey’ e começou a imitar um macaco. Foi nessa hora que parei o jogo chamei o meu técnico. Fomos atrás, conversamos com o técnico do menino para explicar a situação, porém não aconteceu nada. Ele foi embora, continuamos o jogo e conseguimos ganhar”, disse Gabriel.
Ele também conta que, mesmo conquistando título, o episódio abalou muito. “Aquilo me entristeceu muito, sabe? Por conta das palavras do menino eu fiquei sem chão na hora. Para ser sincero, minhas forças foram por conta de estar bravo e soltei tudo na quadra. Inclusive, depois da partida, um menino do time adversário me mandou mensagem pedindo desculpas pelo garoto mais velho do time”, concluiu o goleiro.
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Apesar do ataque racista, Gabriel ressalta o quanto o esporte é importante para sua vida e diz que é um sonho realizado estar competindo fora. O goleiro faz parte do time sub-14 e joga no Herkules desde 2018. “Minha relação com o esporte é a ponto de não conseguir passar um dia sem jogar, sabe. O esporte me deu muitas oportunidades como uma bolsa de estudos em um colégio particular, essa viagem “, finaliza o goleiro.
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