A prefeitura de Belo Horizonte anunciou nesta segunda-feira (13) a volta da obrigatoriedade de máscaras em lugares fechados. De acordo com a gestora de saúde municipal, Cláudia Navarro, o retorno da proteção é devido ao número crescente de casos da COVID-19 e a porcentagem de habitantes vacinados ser pequena.
Os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram um déficit na vacinação em geral, entretanto, ele é mais acentuado na infantil, entre crianças de 5 e 11 anos. Segundo Navarro, a gestão entende que esse é o momento de voltar com a obrigatoriedade das máscaras em lugares fechados. “Estamos falando do transporte coletivo, onde já era obrigatório, vamos manter em todas as instituições de saúde. Shoppings centers, lojas, cinemas, teatros, todo ambiente que não é ao ar livre”, afirma a secretária.
Apesar da exigência da proteção em locais sem circulação livre de ar, no decreto que será publicado na terça-feira (14), os estudantes, ao sair da sala de aula, podem retirar o item, já que cabe à escola privada ou pública definir o protocolo a ser seguido. A pasta incluiu como lugares não obrigatórios, mas recomendados, os estádios de futebol e feiras. Além disso, não será imposta a apresentação da carteira de vacinação no texto do Diário Oficial do Município (DOM).
A secretária de saúde informa que, com a utilização da máscara, o objetivo é reduzir tanto o número de casos de covid quanto de outras viroses para a terceira idade e o público infantil. “A partir do momento em que nós obrigamos o uso da máscara, vamos não só diminuir a transmissão do vírus como também diminuir a transmissão de outras viroses, principalmente nas crianças e nos pacientes acima de 60 anos. Diminuindo as viroses, diminuiremos o total de atendimentos nos nossos serviços de urgência”, afirma Cláudia Navarro.
Estudos realizados em 2021 apontam que a comunidade negra está mais propícia a se infectar e morrer do novo coronvírus. O levantamento da Rede de Pesquisa Solidária mostrou que homens negros da área de comércio e serviços foram os mais atingidos, mesmo ocupando cargos de engenheiros ou arquitetos, tem 44% a mais de risco de morrer do vírus que os brancos, destacando também os profissionais da comunicação, com 45%, e os da educação, com 52%. O órgão não conseguiu obter dados com diferenças relevantes para as mulheres negras em decorrência de existirem poucas mulheres nessas atividades de nível superior.
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Belo Horizonte tem atualmente 90 mil casos confirmados e 589 óbitos em decorrência do coronavírus, de acordo com o Boletim Epidemiológico da SMS. Na cidade, que possui 2,5 milhões de habitantes, segundo o IBGE em 2021, apenas 180 mil (7,2%) tomaram a segunda dose de reforço da vacina contra a COVID-19. Embora não houve aumento no número de óbitos.
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