De fatalidade para indignação: PRF altera tom de discurso sobre a abordagem a Genivaldo Santos

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Após dizer que a morte de de Genivaldo Santos, era uma “fatalidade”, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) mudou o discurso em nota publicada no último sábado (28), dizendo que “o órgão não compactua com a atuação dos agentes” envolvidos no caso.

Genivaldo morreu por asfixia após inalar gás lacrimogêneo em viatura da PRF – Foto: Reprodução G1

Por meio de um vídeo no Instagram, Marco Territo, chefe da comunicação institucional da PRF, informou tem visto o caso com indignação e que as medidas não refletem a instituição. “Assistimos com indignação os fatos ocorridos na cidade de Umbaúba (SE). Não compactuamos com as medidas adotadas durante a abordagem ao senhor Genivaldo. Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes expressas nos cursos e manuais da instituição”, disse.

Para ele, a conduta dos dois agentes não diz nada sobre os outros 12 mil policiais e 10 mil abordagens realizadas. “Ao tomar conhecimento, instaurou procedimento administrativo disciplinar afastando os policiais envolvidos de todas as atividades”, informa Marco Territo.

No entanto, uma reportagem do Fantástico, divulgada no último domingo (29), mostra que o procedimento não foi caso isolado, como disse o chefe da comunicação institucional da PRF. A reportagem do Fantástico encontrou 18 sentenças judiciais de homens que receberam gás de pimenta confinados em viaturas de diferentes forças policiais.

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“Eu estava algemado para trás, ele abriu a porta de trás do chiqueirinho e encheu de pimenta na minha cara. Me ameaçavam, que eles iam me matar, que eles iam me matar. Eu me arrepiei todo a hora que eu vi esse vídeo do Genivaldo, porque pra mim foi um filme que passou na minha cabeça”, conta um dos detidos que sofreu o mesmo procedimento.

Entenda o caso de Genivaldo Santos

Na tarde do dia 25 de maio, Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal em Umbaúba (SE) e após não ficar “tranquilo”, devido a problemas de saúde, foi preso no camburão da viatura e obrigado a aspirar gás lacrimogêneo de uma bomba jogada dentro do carro pelos agentes. 

A PRF, inicialmente havia dito que ação dos policiais foi desvinculada da ação legítima. “Por todas as circunstâncias, diante dos delitos de desobediência e resistência, após ter sido empregado legitimamente o uso diferenciado da força, tem-se por ocorrida uma fatalidade, desvinculada da ação policial legítima”, finaliza comunicado anterior da polícia.

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