A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) retirou, nesta quarta-feira (11), o memorial em homenagem às pessoas que foram mortas na Chacina do Jacarezinho, em maio de 2021. A operação na comunidade foi feita pelo 25ª Distrito Policial do Engenho Novo, junto com a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
Segundo a PCRJ, alega que a ação foi devido ao monumento fazer apologia ao tráfico. “O registro de ocorrência que definiu a diligência para retirada do memorial levou em consideração a apologia ao tráfico de drogas, uma vez que os 27 mortos tinham passagens pela polícia e envolvimento comprovado com atividades criminosas, além do fato de que a construção do mesmo não tinha autorização da Prefeitura do Rio de Janeiro”, disse a nota da corporação.
O muro com os nomes dos 28 mortos na operação, foi construído inaugurado dia 06 de abril, data que completou um ano da ação policial, e continha a mensagem condenando a chacina realizada pelo estado.
“Homenagem às vítimas da chacina do jacarezinho! Em 06/05/2021, 27 moradores e um servidor foram mortos, vítimas da política genocida e racista do estado do Rio de Janeiro, que faz do jacarezinho uma praça de guerra, para combater um mercado varejista de drogas que nunca vai deixar de existir. Nenhuma morte deve ser esquecida, nenhuma chacina deve ser normalizada”, finaliza o texto.
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A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), informou por nota à imprensa, ser contra a ação e não é relevante as acusações contra as pessoas mortas na Chacina do Jacarezinho. “A homenagem era um ato de acalento de instituições da sociedade civil às famílias das vítimas da operação mais letal da história do Rio de Janeiro. Sua destruição representa mais uma violência contra essas famílias, e nenhuma forma de violência pode ser justificada ou celebrada”, declarou Guilherme Pimentel, ouvidor geral da DPRJ.
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