Entidades pedem que Governo Bolsonaro aceite missão da ONU para avaliar racismo no país 

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Uma carta enviada nesta segunda-feira (18) ao ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, solicita que o Governo Jair Bolsonaro faça um convite para que uma missão da ONU avalie a questão racial no Brasil. O pedido foi feito por 124 instituições e organizações da sociedade civil brasileiras e internacionais. No documento, as instituições destacam “a violência policial como um problema crônico de direitos humanos no País e que impacta desproporcionalmente a população negra, que tem quase três vezes mais chances de ser morta pela polícia do que população branca.” 

Mais de cem instituições pedem que Governo aceite missão da ONU para avaliar racismo no país . Foto: Pixabay

Segundo as entidades, embora os negros representem cerca de 56% da população brasileira, eles correspondem a quase 80% das pessoas mortas pela polícia. “Nos estados da Bahia e Pernambuco, eles são mais de 97% das vítimas, segundo a Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa de instituições acadêmicas e da sociedade civil.”, destacam. 

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Na avaliação do grupo, o Mecanismo da ONU pode oferecer recomendações relevantes para enfrentar esse problema crônico. “Essas recomendações poderiam incentivar reformas nas forças policiais que aumentem a transparência, a rendição de contas e a eficácia em sua missão de proteger todos os brasileiros, sem qualquer discriminação. Convidar o mecanismo seria uma medida positiva que demonstraria a disposição do governo para trabalhar com os órgãos da ONU no combate ao racismo e a discriminação racial, particularmente na aplicação da lei.” defendem. 

O grupo que assina a carta conta com entidades como a ActionAid, Anistia Internacional Brasil, Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras, Artigo 19, Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, Coalizão Negra por Direitos, Coletiva Periferia Segue Sangrando, Comissão Arns, OAB/RJ, Conectas, Human Rights Watch, Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos, Instituto Igarapé, Instituto Marielle Franco, Instituto Vladimir Herzog, Justiça Global, Oxfam Brasil, Pastoral Carcerária Nacional e outras. 

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