Através de um vídeo nas redes sociais, o filho do humorista Mussum e dentista Igor Palhano, de 30 anos, denunciou racismo ao ser impedido de deixar o estacionamento do Park Shopping Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, com sua moto sob a alegação de que o veículo seria roubado. A situação persistiu mesmo após ele mostrar a habilitação e o documento do veículo. O caso aconteceu na noite de quarta-feira, 2. As informações são do G1.
“Primeira vez na vida que eu sofro racismo na vida porque eu não posso sair do shopping. Estão alegando que a minha moto é roubada. Nunca vi isso na minha vida: shopping pedir documento e habilitação. Mesmo assim, eu dei.”, disse Igor em um trecho do vídeo publicado nas redes sociais.
O caso aconteceu entre 21h30 e 22h, e a tentativa de deixar o local se estendeu por meia hora. Após muita conversa, Igor contou que ainda foi guiado por um segurança, também de moto, até a portaria. Antes, ouviu tentativas de minimizar a situação dos próprios seguranças, de que se tratava de procedimentos do shopping, norma de segurança e que ele “tinha que entender, né?”.
“Perguntei: entender o que, né, o que? Que um negro não pode pilotar uma moto como essa?”, disse ele ao G1 nesta quinta-feira, 3, lembrando da situação, e contando ainda que os seguranças ficaram sem graça, mas que chegaram à conclusão de se o caso fosse com um homem branco em uma moto vermelha, ele dificilmente seria abordado.
Em nota, o ParkJacarepaguá afirmou que está apurando o caso internamente. “A administração do shopping informa que está apurando o caso internamente. A empresa esclarece ainda que repudia qualquer tipo de discriminação.”
Vale destacar que racismo é crime previsto na Lei 7.716/89 e sempre deve ser denunciado. A legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores. A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.