Jovem negro passa 11 dias preso por assassinato que nunca existiu

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Fabio Araujo foi preso injustamente -Foto: Arquivo Pessoal/Correio do Estado

Na cidade de Ribas do Rio Pardo, localizada a cerca de 102 km da capital, Campo Grande (MS), o jovem Fabio Araújo dos Santos, de 21 anos, passou 11 dias preso por um assassinato que nunca existiu.

De acordo com o jornal Correio do Estado, houve uma sucessão de erros cometidos tanto pela justiça, quanto pela polícia. Além disso, o fato de se residir em um município de pouco mais de 20 mil habitantes acabou atenuando ainda mais a situação, pois Fábio não tem conseguido nem mesmo um emprego pois, o boato se espalhou e ele ficou com fama de “assassino perigoso”.

Fabio Araujo foi preso injustamente -Foto: Arquivo Pessoal/Correio do Estado

O jovem relatou ao jornal Correio do Estado que “toda a confusão começou depois que ele voltou de um fim de semana passado na chácara de um amigo”. Fábio contou que “na noite do dia 13 de janeiro, houve uma festa na cidade. Naquele dia também aconteceu um apagão e começaram a comentar na cidade que esse rapaz tinha morrido. O delegado intimou algumas pessoas para prestar o depoimento e elas disseram que me viram sequestrando o homem. Eu neguei, claro, mas não adiantou nada”.

As investigações foram conduzidas pelo delegado da Polícia Civil Bruno Santacatharina Carvalho e concluíram que Fábio havia matado o homem porque era “disciplina geral” do Primeiro Comando da Capital (PCC). Como é sabido pelos habitantes do MS, a facção paulista domina os presídios do Estado e também atua na fronteira.

“Ali começou um inferno. Os policiais me prenderam, me agrediram, me colocaram na cela com um monte de bandido perigoso.  Me afogaram, colocaram saco preto na minha cabeça, fizeram eu gravar um vídeo confessando que eu tinha matado. Eu confessei, porque se não confessasse, eles iam me matar”, denuncia.

Ainda conforme relatado pelo Jornal, a pedido do delegado de polícia e do promotor George Zarour Cezar, do Ministério Público Estadual (MPMS), no dia 7 de fevereiro, o juiz Idail De Toni Filho decretou a prisão temporária de Fábio, sob o argumento de que era necessária para que a polícia prosseguisse com as investigações. 

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