O que era apenas uma festa de comemoração pelos cinco anos do grupo ‘Fenômenos do Semba’, se tornou um viral mundial. Há dois meses o grupo decidiu se reunir para celebrar em um evento fechado, devido à pandemia da COVID-19. Com os pratos de comida na mão, começaram a fazer o que chamara de “dança da família”, típica de Angola, ao som da música “Jerulasema Ikayalami”, do DJ e da cantora sul-africanos Master KG e Nomcebo Zikobe.
“Nós fomos ver a letra e condizia com o que estávamos vivendo no momento. Estávamos curtindo o aniversário, mas quase sem [ter] nada… Então a música nos motivou, de certa forma, a poder continuar, mesmo sem possibilidade para poder festejar. O que nós queríamos mostrar naquele vídeo é a felicidade, é a simplicidade dos africanos, sobretudo os angolanos. Nós queríamos mostrar que é possível ser feliz mesmo com pouco e nos tempos difíceis que nós estamos a passar, com a Covid-19“, disse Adilson Maíza, coreógrafo do grupo em entrevista ao portal Euronews.
Hoje o vídeo já conta com mais de 16 milhões de visualizações, a coreografia viralizou e mudou a história do grupo angolano Fenômenos do Semba que agora tem uma agenda cheia de eventos, aulas e até encontros com presidentes.
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“Colocámos nas redes sociais [a coreografia] e em dois dias já tínhamos dois milhões de visualizações e assim foi o sucesso do Jerusalema”, contou Adilson Maíza, em entrevista à agência Lusa.
O prato que os dançarinos comem no vídeo é uma cachupa, uma espécie de feijoada cabo-verdiana.
O ‘Fenómenos do Semba’ surgiu em 2015, conta com 10 integrantes e é liderado por Adilson Maíza, de 24 anos, bailarino, professor, coreógrafo de danças africanas e técnico superior de gestão aeronáutica.
O dançarino conheceu a música por intermédio de um dos integrantes do grupo, que, em janeiro deste ano, esteve na África do Sul num festival e ouviu a “Jerusalema”.
Segundo Adilson Maíza, desde quando o vídeo foi publicado, as pessoas passaram a seguir o ‘challenge’ (desafio) que criaram e iam buscar a música para dançar, fazendo assim com que o vídeo viralizasse pelo mundo, projetando o sucesso da música e da coreografia.
“Nós ainda não tivemos um contato direto com o músico, mas quando ele percebeu que foram jovens angolanos que criaram o ‘challenge’, ele passou a seguir-nos nas redes sociais e numa das entrevistas [que deu] a canais de televisão internacional ele mencionou que realmente fomos nós que criaram isso e fizeram com que a música dele se tornasse viral a nível mundial”, sublinhou.