Brasil poderá ter crescimento moderado e inflação ainda pressionando famílias em 2026

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Enquanto a economia brasileira se reorganiza após anos de crescimento moderado, economistas olham com cautela para 2026, projetando cenários que combinam desaceleração do ritmo econômico, inflação ainda significativa e desafios para o mercado de trabalho, reflexos de fatores internos e externos.

Segundo projeções de centros de pesquisa econômica e do mercado financeiro, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve continuar a crescer em 2026, porém em ritmo mais lento que nos anos recentes. Estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam um crescimento em torno de 1,6% a 2% em 2026, abaixo dos níveis registrados em 2024 e 2025, mas ainda positivo, apontando uma economia que avança de forma moderada apesar de juros elevados e incertezas fiscais.

A inflação, medida pelo IPCA, também deve seguir um processo de desaceleração, permanecendo dentro ou perto do teto da meta definida pelo Banco Central. Projeções de pesquisa Focus indicam que o índice pode ficar em torno de 4,3% a 4,4% em 2026, mostrando uma trajetória de queda em comparação com anos anteriores, embora ainda acima do centro da meta de 3%.

No mercado de trabalho, indicadores recentes mostram forte resiliência: dados oficiais sugerem níveis de desemprego próximos a mínimas históricas, com taxa em torno de 5,6% em 2025, refletindo uma recuperação sustentada nos últimos anos. Embora não haja projeções oficiais detalhadas para 2026, esse cenário cria expectativas de que o emprego formal continue robusto, mesmo diante da desaceleração econômica.

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil.

Os economistas também destacam o impacto do reajuste do salário mínimo, previsto em cerca de R$ 1.621 em 2026, com ganho real modesto sobre a inflação. Esse aumento pode estimular o consumo das famílias de baixa renda, mas também elevar os custos para empresas e pressionar o orçamento público.

Organizações como o Dieese alertam que, mesmo com o reajuste, o piso salarial brasileiro está distante do valor considerado “ideal” para cobrir as necessidades básicas de uma família, reforçando um dos principais desafios do orçamento familiar diante de um custo de vida ainda elevado.

No conjunto, 2026 deve ser um ano de crescimento econômico moderado, inflação em trajetória descendente e um mercado de trabalho que, embora resiliente, enfrentará tensões entre renda, emprego e poder de compra das famílias.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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