De acordo com pesquisa a principal promessa para o ano novo dos brasileiros é organizar a vida financeira
Com a chegada de um novo ano, milhões de brasileiros renovam também suas promessas. Em comum, desejos que atravessam classes sociais e regiões do país: emagrecer, cuidar mais da saúde e colocar as finanças em ordem. É o que revela uma pesquisa recente da Serasa, que ouviu mais de mil pessoas em todo o Brasil sobre metas e planos para 2025.
De acordo com o levantamento, organizar a vida financeira aparece como a principal promessa. Quase metade dos entrevistados (49%) afirmou que pretende pagar todas as contas em dia, enquanto 38% disseram que querem ter um controle mais rígido do orçamento mensal. Outros 29% planejam economizar parte do salário todos os meses, e 21% afirmaram que desejam investir parte da renda ao longo do ano. O cenário reflete uma realidade marcada pelo endividamento, pelo alto custo de vida e pela instabilidade econômica que atinge, de forma mais intensa, a população de baixa renda.
Os dados dialogam com números já conhecidos: segundo a própria Serasa, mais de 70 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de dívida. Para muitas famílias, portanto, as promessas de Ano Novo não envolvem consumo ou grandes projetos, mas sim a tentativa de sobreviver com mais previsibilidade financeira, evitar atrasos e renegociar compromissos básicos, como aluguel, contas de água, luz e alimentação.
Além do dinheiro, a saúde segue como uma das principais preocupações no início do ano. Emagrecer, praticar atividades físicas e adotar hábitos considerados mais saudáveis aparecem com frequência nas listas de promessas.
A própria pesquisa da Serasa indica que manter as promessas ao longo do ano é um desafio. Apenas quatro em cada dez brasileiros afirmam revisitar os planos definidos no início do ano, o que ajuda a explicar por que muitas metas acabam sendo abandonadas ainda nos primeiros meses. Entre trabalhadores informais, pessoas com jornadas extensas ou renda instável, a dificuldade é ainda maior, já que imprevistos financeiros e sobrecarga de trabalho costumam interromper qualquer planejamento de médio e longo prazo.
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Outro dado relevante é que as promessas refletem prioridades impostas pela realidade econômica, e não apenas desejos pessoais. Em um país marcado por desigualdades históricas, falar em economizar, cuidar da saúde ou emagrecer envolve questões estruturais, como acesso desigual a serviços, renda e direitos básicos.
