Quem vai às compras logo depois do Natal costuma perceber um padrão que se repete ano após ano: os preços caem. Longe de ser apenas uma impressão do consumidor, dados de pesquisas de consumo e indicadores econômicos mostram que o período pós-Natal é marcado por liquidações e redução de preços em diversos segmentos do varejo brasileiro.
Levantamentos de entidades como a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e federações estaduais do comércio indicam que dezembro concentra o maior volume de vendas do ano, impulsionado pelas compras de presentes. Para atender à demanda, lojas reforçam estoques, sobretudo de roupas, calçados, eletrônicos e itens sazonais. Quando o Natal passa, parte significativa desses produtos permanece nas prateleiras, pressionando o varejo a reduzir preços para evitar perdas.
Essa dinâmica aparece também nos dados oficiais de inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, frequentemente registra desaceleração ou queda de preços no grupo vestuário nos meses de janeiro e fevereiro, período diretamente ligado às liquidações pós-Natal e de início de ano. Em vários anos, roupas e calçados figuram entre os principais itens com variação negativa logo após as festas.

Pesquisas de comportamento do consumidor reforçam essa tendência. Estudos conduzidos por entidades do comércio mostram que uma parcela relevante dos brasileiros adia compras pessoais para depois do Natal justamente para aproveitar promoções. O varejo, ciente desse comportamento, antecipa descontos já no dia 26 de dezembro, intensificando campanhas para manter o fluxo de clientes em um período tradicionalmente mais fraco.
No comércio eletrônico, o movimento é ainda mais visível. Monitoramentos de preços feitos por plataformas de comparação mostram que produtos como televisores, eletrodomésticos e celulares costumam registrar reduções logo após o Natal, quando campanhas focadas em presentes perdem força e dão lugar a ações de “queima de estoque”.
Para os lojistas, baixar preços é uma decisão estratégica. Manter mercadorias paradas gera custos e dificulta a entrada de novos produtos, como materiais escolares e coleções do início do ano. Para os consumidores, os dados confirmam o que a prática já ensina: o pós-Natal é um dos momentos mais favoráveis do calendário para encontrar preços mais baixos no comércio brasileiro.
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